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sábado, abril 27, 2024

Pesquisas apontam maior qualidade no solo com microrganismos para substituir fertilizantes químicos em MT

InformaMT

O Instituto Mato-grossense de Algodão, sediado em Rondonópolis, a 219 km de Cuiabá, está desenvolvendo pesquisas para aprimorar a qualidade do solo com microrganismos para diminuir cada vez mais a utilização de fertilizantes químicos nas lavouras.

Essa busca por alternativas foi turbinada pela tensão no Leste Europeu, onde acontece a guerra na Ucrânia pela Rússia. Esse último país é mundialmente conhecido pela predominância na produção de fertilizantes.

No entanto, a Rússia vive um momento de tensão após o início dos ataques e agora com o aperto financeiro ocasionado pelas sanções norte-americanas como retaliação à invasão na Ucrânia. Isso prejudicou a distribuição dos produtos aos países consumidores, como o Brasil.

Em Mato Grosso, além dos produtores não saberem se irão receber esses fertilizantes que compraram, ainda tem a questão dos preços, que subiram por causa da menor oferta disponível no mercado.

Algumas alternativas estão sendo pensadas para diminuir o adubo químico nas lavouras e no pasto. Uma delas é para melhorar a qualidade do solo, possibilitando a geração de nutrientes em quantidade suficiente para o crescimento das plantas.

A pesquisa desenvolvida no Instituto Mato-grossense de Algodão, em Rondonópolis, busca tornar o solo mais fértil e com mais qualidade para evitar o uso de adubos químicos.

Para o professor de solos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Edicarlos Damascena, a diversidade de espécies de leguminosas e gramíneas proporciona nutrientes suficientes para a proliferação diversificada de microrganismos na terra.

“A principal ideia é melhorar a qualidade do solo, para que ele possa suprir as exigências das plantas que serão cultivadas sobre ele, fazendo com que os microrganismos trabalhem para o produtor”, disse.

 

Ele destacou que a cultura precisa de um solo rico em nutrientes para crescer com qualidade.

“A planta precisa ser transformada, e quem faz isso são os microrganismos. Porém, um ponto importante é que eles são vivos. Então, para eles se multiplicarem, o ambiente precisa estar em boas condições”, disse.

De acordo com o professor, o algodão, soja e milho são de baixa diversidade, o que gera perda de carbono. Isso varia de 70 a 100 kg por hectares/ano. “Quando a gente coloca uma braquiária nesse sistema, já passa para ganhos de 300 kg de carbono. Então, nós temos que começar a combinar esses cultivos com uma leguminosa ou gramínea”, afirmou.

O professor explicou que quanto maior for a diversidade de microrganismos, melhor o solo deve ficar, o que pode dispensar o uso de fertilizantes.

“Se você planta apenas um tipo de cultura, ele tem um sistema radicular. Se tem maior diversidade de plantas, você tem diferentes sistemas radiculares, o que favorece a proliferação de diversos grupos de microrganismos. Além de aumentar na quantidade deles, também aumenta em diversidade. E diferentes microrganismos tem funções ecossistêmicas específicas”, disse.

Segundo a agrônoma Jéssica Alves de Oliveira, outros resíduos orgânicos podem ser usados para obter mais nutrientes ao solo para proporcionar um crescimento sadio das plantas.

“Tem resíduos que podem ser utilizados como biofertilizantes, como resíduos da produção aviária, suína, bem como das usinas produtoras de bioenergia, que disponibilizam vinhaça, bagaço de cana-de-açúcar. Tudo isso pode ser usado como uma forma de colocar no solo os nutrientes que seriam desperdiçados”, explicou.

 

InformaMT/G1

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