InformaMT
Um homem que tem atuado como médico em Mato Grosso, identificado como C.N.A., foi denunciado por uma família que descobriu que ele teve seu registro cassado nos Estados de São Paulo e Bahia, pois o diploma dele seria falso. Ele ainda possui registro ativo no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso e há uma decisão judicial impedindo o cancelamento da inscrição dele. Ele foi o responsável pelo tratamento de um dos membros da família denunciante, cujo quadro de saúde acabou se agravando bastante.
C.N.A. foi até a residência do paciente e indicou o tratamento em domicílio, alegando que os hospitais não estavam realizando o protocolo que ele iria realizar e dizendo que nas unidades de saúde estavam intubando pacientes sem anpalise de critérios. Ele ainda indicou um enfermeiro para aplicação das injeções que prescreveu e também um fisioterapeuta pulmonar.
A tia da denunciante também acabou testando positivo para Covid-19 e o médico ofereceu um “pacote de tratamento” para os dois, em casa. As tomografias feitas nos dois apontaram que mais de 50% de seus pulmões estavam comprometidos e, com a piora do quadro, o tio foi colocado em uma espécie de home care improvisado, para receber oxigênio. A família teve que alugar equipamentos oferecidos pelo fisioterapeuta indicado pelo suposto médico.
Segundo a denunciante, o próprio médico teria vendido os medicamentos que ele mesmo receitou. Na primeira vez a família comprou na farmácia, pelo valor de R$ 500, mas depois o médico ofereceu o medicamento por R$ 300. A tia acabou também sendo colocada no oxigênio por apresentar saturação em queda.
Como os casos não apresentavam melhora a família questionou se não era caso de internação, mas o suposto médico afirmou que o que ocorria era normal, que seriam três dias mais críticos, porém, se optassem por internação deveriam procurar a UPA do Pascoal Ramos, pois lá ele tem acesso e poderia continuar o acompanhamento.
Ela então fez a denúncia no CRM-MT e a resposta que recebeu é que ha uma decisão judicial que autoriza ele exercer medicina em Mato Grosso. O processo está em fase de análise recursal.
A UFRN então oficiou o Conselho Federal de Medicina (CFM) e depois disso o CRM-MT iniciouo o processo para cassação da inscrição de C.N.A. Porém, a universidade boliviana depois encaminhou um novo ofício alegando erro, dizendo que na época em que C.N.A. se graduou o sistema não era informatizado, mas depois, em busca nos arquivos físicos, encontraram o registro. A Justiça então deferiu a liminar e determinou que o CRM-MT restabelecesse a inscrição.
A denunciante disse que após descobrir tudo isso a família procurou outro médico, pois o quadro de saúde de seus tios havia piorado. Eles acabaram descobrindo que os dois estavam recebendo tratamento para pneumonia bacteriana. O caso ainda não foi concluído e, caso fique comprovado que o diploma é falsificado, a Polícia Federal é que irá investigar e indiciar o médico.