DO REPÓRTERMT
Na decisão em que autorizou a deflagração da segunda fase da Operação Sisamnes, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou Alice Terezinha Artuso, servidora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e filha do desembargador João Ferreira Filho, como intermediadora do suposto recebimento de valores ilícitos oriundos do advogado Roberto Zampieri.
Foi a partir da análise das mensagens obtidas no celular de Zampieri que a Justiça detectou um suposto esquema de venda de sentenças em várias cortes do Brasil.
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As mensagens também subsidiaram a decisão do Conselho Nacional de Justiça, que determinou o afastamento dos desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes, apontados como integrantes do grupo investigado.
A esposa do desembargador, Maria de Lourdes Guimarães Filha, que também é servidora no TJMT, foi afastada das funções na Corte. A mesma decisão foi aplicada à Terezinha Artuso.
Movimentações financeiras identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) mostram transferências de R$ 1,8 milhão de uma empresa ligada à Zampieri para Alice Terezinha Artuso, além do pagamento de uma parcela de R$ 25 mil referente a uma moto Harley Davidson, possivelmente em beneficío de João Ferreira Filho.
Diante disso, o ministro Cristiano Zanin autorizou o bloqueio de valores de até R$ 1,8 milhão ao magistrado e às servidoras, valor referente ao suposto dano, além de proibir o contato dele com a servidora Alice Terezinha.
O ministro autorizou busca e apreensão na residência de Alice Terezinha, com a apreensão de celulares, tablets, computadores e outros dispositivos para obtenção de provas. Foi determinada ainda a quebra de sigilo telemático dos aparelhos celulares.
Alice Terezinha e Maria de Lourdes foram proibidas de acessar ou ingressar no prédio do TJMT e nos sistemas da Justiça estadual. Também foram obrigadas a entregarem os passaportes e proibidas de deixar o país.
FONTE : ReporterMT