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sexta-feira, abril 19, 2024

UFMT “proíbe” volta a moradia estudantil de aluno que viajar

Um comunicado enviado aos estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que utilizam a Casa do Estudante Universitário (CEU) – política pública adotada pela instituição que oferece abrigo a alunos de outros Estados -, vem deixando os discentes apreensivos neste final de 2020.

De acordo com o texto, a UFMT teria “proibido” os estudantes que utilizam o CEU de viajar neste final de ano para comemorar o Natal e o Réveillon 2021 com as suas famílias. O comunicado foi distribuído na última terça-feira (15) por email aos alunos, e cita que ele faz parte de “medidas sanitárias” que devem ser observadas para evitar a contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19).

FOLHAMAX conversou com uma aluna que possui família no Estado de Minas Gerais, e utiliza o CEU do campus Cuiabá. Ela reclama que a Pré-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae/UFMT) já “proibiu” os estudantes de visitar suas respectivas famílias desde as primeiras medidas adotadas pela UFMT de combate e prevenção à Covid-19, em março de 2020.

A estudante conta que os moradores do CEU que decidirem viajar, além de terem que aguardar autorização oficial da instituição para retornar à moradia – fato que só irá acontecer após o retorno presencial às aulas, o que ainda não tem data para ocorrer -, ainda estarão sujeitos a penalidades previstas no regimento de disciplina do Corpo Discente da UFMT. As retaliações vão de advertência à expulsão do aluno.

“É um absurdo o que a PRAE vem fazendo durante a pandemia. Ela proibiu todos que viajaram de retornar pra casa do estudante. Proibiu a gente viajar durante a pandemia. Agora ela está basicamente proibindo a gente de passar o natal com a família. Você pode até ir, mas você não pode retornar pra Casa do Estudante. Não importa se você faz estágio e precisa estar em Cuiabá”, disse ela.

As declarações da estudante são corroboradas pelo comunicado da Prae aos alunos que utilizam o CEU. Uma reunião entre a Gerência de Moradia Estudantil/Prae, e o Comitê de Prevenção à Covid-19 (CPC), da UFMT, realizada na última segunda-feira (14), definiu que os “protocolos sanitários” não se alteraram, e que o estudante que decidir viajar terá que aguardar autorização oficial para retornar ao CEU.

“Quem se retirar da CEU terá que aguardar a autorização oficial para retorno assim como todas as recomendações que serão passadas, o que provavelmente só acontecerá junto com o retorno das aulas presenciais”, diz trecho do documento.

Além do comunicado aos estudantes, uma instrução normativa publicada pela UFMT em setembro de 2020 já ameaçava os estudantes de penalidades administrativas (advertência à expulsão), caso deixassem Cuiabá para visitar suas famílias. Os alunos também estão proibidos de receber visitas.

O comunicado enviado aos estudantes informa ainda que, durante a reunião entre a Prae e o CPC, foi levantada a hipótese de realização de exames, e permanência durante 14 dias em quarentena, aos estudantes do CEU que desejam viajar para passar as festas de fim de ano com as suas famílias. A possibilidade, no entanto, também foi rejeitada.

“Foi abordado a possibilidade dos/das estudantes fazerem o exame e só retornarem após testarem negativo e também o fato de muitos estudantes já estarem com atividades presenciais como estágios, etc. que só pararão no período de recesso. Porém o Comitê explicou que a recomendação é de prevenção e para fazer isso já que ainda não temos a vacina disponível o indicado é a manutenção da quarentena”, diz outro trecho do documento.

A instituição de ensino superior federal realizou uma pesquisa entre os estudantes/moradores do CEU sobre o interesse de viajar nas festas de fim de ano. Segundo o levantamento, 22 pessoas responderam ao questionário – 40% disseram que iriam viajar, 27% que “talvez” viajariam e 31% que irão permanecer no CEU.

A estudante revela ainda a existência de câmeras de monitoramento dentro da moradia estudantil que denuncia os estudantes que recebem visitas, ou que se ausentam do abrigo.

“É um descaso com a gente. Tem gente que não vê a família desde as festas de fim de ano, e tá todo mundo fragilizado. Tem gente que perdeu familiar. Passar o natal sem poder ver a família é triste demais”.

 

FONTE: FOLHAMAX

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