A Federação Árabe Palestina no Brasil explicou que o soldado Yuval Vagdani “estava a turismo na Bahia e a sua última localização conhecida é o Morro de São Paulo, naquele estado”.
“A Justiça Federal brasileira havia determinado que a Polícia Federal (PF) investigasse Vagdani. A decisão, emitida em 30 de dezembro de 2024 pela juíza Raquel Soares Charelli, da Seção Judiciária do Distrito Federal, atende a um pedido da Fundação Hind Rajab (HRF), organização internacional que defende os direitos palestinos”, explica.
Segundo a entidade, o militar é suspeito de participar da demolição de um quarteirão residencial em Gaza, no final de 2024, utilizando explosivos fora de situações de combate. As residências serviam de abrigo para palestinos deslocados internamente após o início da agressão “genocida” em 7 de outubro de 2023.
“A HRF apresentou evidências coletadas por meio de inteligência de fontes abertas, incluindo vídeos e dados de geolocalização, que comprovam o envolvimento do soldado nas ações denunciadas”, afirmou.
De acordo com a entidade, a investigação se concentra no período em que Vagdani atuou no batalhão Givati. “A denúncia ainda destaca a destruição de um corredor em Gaza, que gerou expulsão forçada de civis e profundas consequências humanitárias”, indica.
Além da investigação, a HRF solicitou a prisão provisória do militar, alegando risco de fuga ou destruição de provas. A decisão judicial baseia-se no artigo 88 do Código de Processo Penal Brasileiro, que permite a aplicação da jurisdição universal para crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, conforme previsto no Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário.
noticia por : UOL