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quarta-feira, janeiro 1, 2025

Presidente da Geórgia toma posse com legitimidade questionada pela oposição

O ex-jogador de futebol Mikheil Kavelashvili tomou posse neste domingo (29) como presidente da Geórgia, com a legitimidade questionada por acusações de manipulação russa nas eleições legislativas de outubro.

Kavelashvili é um político de ultradireita conhecido por seu posicionamento anti-União Europeia, acenos à Rússia e falas homofóbicas.

A presidente de saída, Salome Zurabishvili, convocou manifestantes para a frente da sede do governo, de onde fez um pronunciamento. “Sairei do palácio presidencial para estar ao lado do povo, levando comigo a legitimidade, a bandeira e a confiança”, afirmou.

No final de novembro, a mandatária afirmou que não deixaria o cargo. Ela conta com o reconhecimento dos partidos de oposição.

O primeiro-ministro Irakli Kobakhidze alertou que a recusa de Zurabishvili em deixar o palácio presidencial “constituiria um crime punível com muitos anos de prisão”, incluindo sanções para “qualquer pessoa envolvida em tal cenário”.

A presidente, por sua vez, apelou esta semana aos militares georgianos, declarando que “permanecerá leal a eles e continuará sendo sua comandante-em-chefe”.

A fase mais recente da crise georgiana se arrasta desde as eleições legislativas de 26 de outubro, vencidas pelo partido Sonho Georgiano, pró-Rússia e anti-União Europeia.

A oposição denunciou os resultados como fraudulentos, acusando a Rússia de interferência no processo eleitoral e exigindo a realização de um novo pleito, proposta rechaçada por Kobakhidze, primeiro-ministro do Sonho Georgiano.

Observadores de organismos internacionais, da União Europeia e da sociedade civil georgiana apontaram fraude, manipulação e constrangimento nas eleições.

Um outro elemento da crise é a mudança no modo de eleição do presidente no país. Antes deste ano o chefe de Estado era escolhido pelo voto popular direto, mas no novo modelo o presidente é eleito de forma indireta por um colégio eleitoral ligado ao Parlamento.

Neste contexto, Kavelashvili, ex-jogador do Manchester City, conhecido pelas suas posições ultraconservadoras e antiocidentais, foi eleito presidente em 14 de dezembro por um colégio eleitoral controlado pelo partido governista.

Manifestações ocorrem quase diariamente nos últimos dois meses para protestar contra o governo, intensificadas após a decisão de adiar os esforços de integração com a Europa até 2028, vista como uma medida de aproximação com Moscou.

Mais de 400 pessoas foram presas, incluindo líderes da oposição, e dezenas de policiais ficaram feridos. Na sexta-feira (27), os Estados Unidos anunciaram sanções contra o bilionário Bidzina Ivanishvili, primeiro-ministro do país entre 2012 e 2013 e considerado a figura por trás do controle do Sonho Georgiano.

noticia por : UOL

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