quinta-feira, 5, junho , 2025 02:59

Prefeitura de BH assume gestão do Anel Rodoviário e propõe nomeá-lo de Fuad Noman

A Prefeitura de Belo Horizonte assumiu nesta terça-feira (3) a gestão operacional do Anel Rodoviário, via que estava sob responsabilidade do governo federal.

Criado na década de 1960 para fazer a ligação da cidade à região metropolitana, o trecho de 26,5 quilômetros se tornou uma das principais vias do perímetro urbano da capital mineira e lidera as ocorrências no município de mortes no trânsito.

A municipalização da via era uma das prioridades da nova gestão de Fuad Noman (PSD), prefeito reeleito de Belo Horizonte que morreu em março.

Álvaro Damião (União Brasil), que o sucedeu à frente do município, disse que irá encaminhar à Câmara Municipal projeto para renomear a via com o nome de Fuad. O atual é de outro ex-prefeito, Celso Mello Azevedo (1955-1959).

“A nossa intenção é que, como é um novo Anel Rodoviário e como ele foi pensado, sonhado e concretizado pelo prefeito Fuad Noman, eu queria dar o nome a ele”, disse Damião em cerimônia que oficializou a transferência de gestão do trecho.

O Anel é uma rodovia constituída pelas BRs 262, 381 e 040, e, conforme a legislação, tem trechos com velocidades superiores às de vias urbanas.

Segundo especialistas, é esse conjunto de fatores que faz com que o local lidere as estatísticas de ocorrências de trânsito com vítimas na cidade.

“Ocorre uma mistura perigosíssima, de quem se desloca dentro da cidade com aquelas pessoas que estão saindo de Porto Alegre para Salvador, por exemplo”, afirmou à Folha Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da Fundação Dom Cabral.

Com a municipalização, a prefeitura diz que ganhará agilidade nas intervenções, que antes precisavam ser solicitadas ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e dependiam de verbas do governo federal.

Entre as primeiras medidas estão a construção de viadutos, a instalação de radares de até 70km/h em 40 pontos da via e a criação de um ponto de apoio no aeroporto Carlos Prates, onde dois guinchos ficarão disponíveis 16 horas por dia, com a opção de serem acionados emergencialmente.

O evento teve a presença de ministros do governo Lula (PT). Participaram da cerimônia os mineiros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Macaé Evaristo (Cidadania e Direitos Humanos), além de Renan Filho (Transportes).

Ele afirmou que o Dnit, que até então era o responsável pela operação do Anel Rodoviário, irá gastar R$ 60 milhões para a melhoria do pavimento do trecho, a ser realizada até setembro.

“Isso vai permitir que a prefeitura não precise fazer investimento pelos próximos 24, 36 meses em pavimentos”, disse Renan Filho.

A União também irá transferir de forma direta mais R$ 63 milhões, que já estão empenhados (com a verba reservada no Orçamento) para a construção de dois viadutos que ligam a BR-040 e a Via Expressa ao Anel. A expectativa é que eles sejam entregues no próximo ano.

A gestão municipal ainda planeja fazer outros seis viadutos para melhorar a mobilidade no trecho.

Eles devem custar cerca de R$ 1,2 bilhão, mas a fonte de recursos ainda não está definida. Uma possibilidade estudada pelo município é pedir financiamento do governo federal após a finalização dos projetos de construção.

De janeiro a abril deste ano, o Anel Rodoviário registrou uma média de 12,2 acidentes por dia, que deixaram 206 feridos, 23 deles em estado grave e 5 mortes.

Ficará com a prefeitura a gestão de 22,4 km do trecho que passa pela cidade. Os outros 4,1 km seguirão sob responsabilidade do Dnit, responsável pelas obras na BR-381, que liga Belo Horizonte a Caeté, na chamada “Rodovia da Morte”.


O governo federal decidiu assumir um trecho de aproximadamente 50 quilômetros da rodovia, considerado menos atrativo por envolver desapropriações, e ofertar à iniciativa privada o restante.

noticia por : UOL

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