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quarta-feira, fevereiro 5, 2025

'Não sairemos': moradores de Gaza rejeitam proposta de Trump retirar palestinos do território


Presidente dos EUA propôs na terça-feira (4) retirar toda a população da Faixa de Gaza, durante encontro com Netanyahu em Washigton. Fala gerou fortes reações no território palestino. Palestino caminha sobre ruínas de imóvel em Rafah, na Faixa de Gaza, em 4 de fevereiro de 2025.
Hatem Khaled/ Reuters
“Não sairemos”, afirmou Hatem Azam, um morador de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que, como a maioria dos palestinos, está indignado com a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirá-los de Gaza.
“Trump acha que Gaza é um monte de lixo. É mentira!”, disse Azam, de 34 anos, irritado com as palavras que o presidente dos Estados Unidos usou ao falar de seu plano.
Na noite de terça-feira (4), Trump afirmou que quer retirar “todos os moradores” de Gaza de forma permanente. A afirmação foi feita ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Washington.
A declaração gerou fortes reações na comunidade internacional e preocupações sobre o futuro do território palestino. No fim de janeiro, o presidente norte-americano já havia falado em “limpar” a Faixa de Gaza e enviar palestinos a países árabes.
“Ele quer obrigar o Egito e a Jordânia a acolher migrantes, como se fôssemos propriedade dele”, criticou Hatem Azam. “”Trump e Netanyahu precisam entender a realidade do povo palestino e da população de Gaza. Trata-se de um povo profundamente enraizado na sua terra. Não sairemos”.
Tanto o Egito quanto a Jordânia rejeitaram a proposta, e vários países denunciaram o projeto como “limpeza étnica”.
‘Permanecermos nesta terra’
Trump diz que palestinos devem sair de Gaza permanentemente
Ihab Ahmed, outro residente de Rafah, lamentou que tanto Trump quanto Netanyahu “ainda não entendem o povo palestino” e sua conexão ao território.
“Permaneceremos nesta terra aconteça o que acontecer. Mesmo que tenhamos que viver em tendas e nas ruas, continuaremos enraizados nesta terra”, declarou o homem de 30 anos.
Segundo Ahmed, os palestinos aprenderam a lição da guerra de 1948 que se seguiu ao mandato britânico, quando centenas de milhares de palestinos foram expulsos de suas casas com a criação de Israel, e nunca lhes foi permitido retornar.
“O mundo precisa entender esta mensagem: não sairemos como aconteceu em 1948”, enfatizou.
‘Donos desta terra’
Perto de edifícios em ruínas em Jabalia, no norte de Gaza, o palestino Raafat Kalob se mostrava preocupado com as possíveis consequências da reunião em Washington entre Trump e Netanyahu.
“Acho que a visita de Netanyahu a Trump refletirá seus planos futuros de deslocar a força o povo palestino e redesenhar o Oriente Médio”, afirmou Kalob antes da reunião entre os líderes dos EUA e Israel. “Espero sinceramente que este plano não seja concretizado”, acrescentou.
A primeira fase da trégua pôs fim aos combates em Gaza e possibilitou um processo de troca de reféns por prisioneiros palestinos. Mas as negociações para encerrar de forma definitiva a guerra ainda não começaram.
Zebda, um pai de seis filhos que perdeu sua casa na guerra, disse que nem ele nem nenhum morador de Gaza abandonaria o território costeiro.
“Somos os donos desta terra; sempre estivemos aqui e sempre estaremos. O futuro é nosso”, afirmou.
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Fonte: G1

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