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quinta-feira, dezembro 19, 2024

Mortes: Pediatra, cuidou com amor e viveu com alegria

O médico Sylvio Renan Monteiro de Barros foi daqueles pediatras que atenderam várias gerações da mesma família. Os filhos voltavam com os netos, que voltavam com os bisnetos. Todos queriam ser atendidos por ele, por seu cuidado delicado e experiência. Seus conselhos, de tão certeiros, lhe valeram o título de Tio Guru.

“Todos os meus três filhos nasceram nas mãos dele e o procuravam até a fase adulta, foi um grande conselheiro. Ele era uma cabeça brilhante e uma alma generosa”, recorda o amigo Silvio Romão.

O médico formou-se na primeira turma da Faculdade de Medicina do ABC e trabalhou por muitos anos no Hospital Infantil Sabará, em São Paulo. “Gostava de fazer puericultura no consultório. Lia muito, participava de congressos e fez estágio de pediatria na UCLA [Universidade da Califórnia]”, conta a esposa, Maria Cristina de Andrade.

Escreveu dois livros: “Seu Bebê em Perguntas e Respostas” e “Pediatria Hoje: Orientações Fundamentais para Mães, Pais e Cuidadores”. “A escolha pela pediatria foi inspirada pelo nascimento dos filhos. Amava sua profissão. Atendia os pacientes em qualquer dia ou horário, com prazer. Dizia que a pediatria é uma especialidade que se diferenciava das outras porque em vez de evitar a morte prepara para a vida.”

Sempre carinhoso e romântico, preparava o café da manhã diariamente. “Gostava de cozinhar para os amigos e fez vários cursos de culinária. Era muito dedicado em tudo que fazia. Seu esporte preferido era corrida de rua e chegou a correr três maratonas”, destaca a esposa.

“Brincalhão, cuidadoso e atencioso. Estava sempre presente, fazia piada o tempo todo. Atendia nosso telefonema a qualquer hora, a cobrar, mesmo com um paciente na maca. E cantava com violão pra gente dormir. Me ensinou a dirigir e a varrer a cozinha. Ia à feira e comprava meio carrinho de laranja. Fazia baguetes para levarmos no lanche. Gostava de acordar quase de madrugada para viajar e também para nos levar ao dentista. Nos levava no Morumbi com uniforme completo do São Paulo, uma de suas maiores alegrias. Gostava de Beatles, Dire Straits e Eric Clapton. Um pouco mais novo, jogava muito truco. E escrevia poesia”, descreve a filha, Bruna de Barros.

A irmã dela, Giovana D’Aquino, ressalta a atenção e o cuidado do pai. “Era muito carinhoso, muito do contato e muito presente, participava sempre do nosso dia.”

Nascido no Espírito Santo, na pequena cidade de Afonso Claudio, teve dois irmãos, três filhos e cinco netos. Morreu em 5 de dezembro de 2024, aos 78 anos, de pneumonia.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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noticia por : UOL

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