terça-feira, 13, maio , 2025 07:57

Militares não querem papo com os golpistas. Que o civil Motta faça o mesmo!

O Brasil anda de tal sorte da pá virada que, ora vejam!, a cúpula das Forças Armadas não quer saber de anistia, perdão ou qualquer coisa do gênero, embora nada menos de 23 dos 34 denunciados pela PGR por envolvimento com os planos golpistas sejam militares. Sete deles são oficiais-generais. Dois foram comandantes de Forças: Almir Garnier (Marinha) e Paulo Sergio Nogueira (Exército), também ex-titular da Defesa. Na lista, estão os generais de Exército (quatro estrelas) da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete da Segurança Institucional; Braga Netto, ex-chefe do Estado-Maior e ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Bolsonaro, e Estevam Teóphilo, que integrava o Alto Comando até 2023 e dirigiu o Comando de Operações Terrestres. Completam a lista dois generais de brigada (duas estrelas): Mário Fernandes e Nilton Dinis Rodrigues. Há ainda 13 coronéis ou tenentes-coronéis do Exército, além de um capitão, um major e um subtenente. À época da tramoia, 13 eram da ativa. Hoje, são 12.

E por que as Forças Armadas não querem se meter com a patuscada da impunidade? Porque, é evidente, pela porta por onde ela entrasse, sairia a disciplina. E aí só a tensão permanente contemplaria os fardados. Não custa lembrar que, com efeito, muitos agiram ao arrepio de seus superiores. E já está demonstrado que, em certas circunstâncias, a hierarquia teve de engolir batráquio golpista, enquanto durasse o governo do insano, para que não sobreviesse o risco de desordem nos quartéis. Esse parece ser o caso, por exemplo, do então comandante do Exército Freire Gomes. Assistiu à insuflação de fardados da ativa, suportou o assédio do próprio presidente da República, mas deixou claro que, por suas mãos, a ordem não seria rompida. Segundo o inquérito da Polícia Federal, Batista Júnior, no comando da Aeronáutica à época, também repudiou o rompimento da legalidade.

Ocorre que os golpistas não ameaçaram apenas a democracia e a ordem civil. Eles também feriram a hierarquia e desrespeitaram seus superiores. E inexiste força armada sem disciplina, ou o que se tem é desordem armada. Alguns dos militares denunciados atacavam duramente a própria cúpula das Forças, acusada de ser frouxa. E, sim, também as os militares terão de acertar as contas, no âmbito que lhes cabe, com aqueles que resolveram escolher o caminho da desordem.

noticia por : UOL

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