Cinco integrantes de uma associação criminosa envolvida no roubo de cargas na região de Rondonópolis, investigada pela Polícia Civil de Mato Grosso na Operação Gold Capital, foram condenados a penas que somam mais de 50 anos de reclusão.
Os cinco réus foram condenados pelos crimes de roubo qualificado (concurso de agentes, emprego de arma de fogo e restrição da liberdade da vítima) e associação criminosa armada.
A Operação Gold Capital, deflagrada em setembro do ano passado, foi resultado de uma investigação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis para apurar a ação de uma quadrilha envolvida em roubo de cargas no sul do estado. O nome da operação fez referência ao modo como os envolvidos tratavam o roubo de grãos, um negócio altamente lucrativo.
A investigação da Derf de Rondonópolis apontou que a quadrilha era liderada por J.G.S., de 53 anos, e junto com outros cinco comparsas, atuavam no roubo de cargas e receptação. Um deles trabalhava na área de logística de transportes de uma empresa e a partir de informações privilegiadas, organizava os roubos junto com o líder do grupo.
Com o avanço das investigações, a equipe da Def identificou os integrantes da associação criminosa, que agia com violência nos roubos praticados.
Roubo violento
A Derf de Rondonópolis iniciou a investigação a partir de um roubo de uma carga de 36 toneladas de soja em grão, em março de 2023. O motorista foi abordado por quatro criminosos quando passava por um trecho da BR-163 e, ao reduzir para passar em um quebra-molas, foi rendido pelos criminosos. Em seguida, o motorista foi colocado em um carro e levado a um cativeiro, onde permaneceu ameaçado, sendo libertado no dia seguinte.
A investigação apontou que depois de roubar o veículo, os criminosos desacoplaram o trator do semirreboque e o abandonaram. O semirreboque foi novamente acoplado em outro caminhão, de propriedade do líder da quadrilha e seguiria até Primavera do Leste, destino final da carga roubada. Contudo, o caminhão com a carga foi localizado pela Polícia Militar, em Poxoréu, após o motorista fugir quando os policiais rodoviários abordaram na mesma rodovia, um Hiunday Creta que fazia a função de ‘batedor’ e escolta da carga roubada. O veículo Creta está em nome da mãe de um dos investigados na operação.
Durante a investigação, a polícia apurou que as placas do caminhão eram clonadas de um veículo cujo proprietário é da cidade de Sorriso, no norte do estado. A Derf identificou todos os integrantes da quadrilha e os respectivos papéis de cada um nas ações criminosas efetuadas pelo grupo.
Decisão
Na setença proferida na semana passada, o juiz da 2ª Vara Criminal de Rondonópolis, Pedro Davi Benetti, considerou os fundamentos para a manutenção da prisão cautelar dos réus e não autorizou o direito de recorrerem em liberdade.
“O contexto geral dos crimes praticados permite concluir que a colocação dos réus em liberdade ensejará risco à ordem pública, pois, além da repercussão social de crimes dessa natureza, existe a necessidade premente de se coibir novas práticas delitivas”, concluiu o magistrado em decisão do último dia 27 de março.
Fonte: PJC