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Os indígenas da etnia Umutina estão se preparando para expandir a produção agrícola em suas áreas, em Barra do Bugres (MT). Eles já produzem arroz e milho para o consumo e agora querem investir na produção para a comercialização. O plano é conseguir, a partir dos lucros obtidos com as vendas, investir em outros projetos da comunidade.
Atualmente, o plantio é feito em 200 hectares, mas a ideia é ampliar essa área de cultivo para até 2.300 hectares, sem prejudicar as nascentes dos rios e nem derrubar a mata nativa.
Ao todo, 130 famílias estão envolvidas na produção.
Inicialmente, o cultivo foi feito em 50 hectares. “A intenção é plantar milho para que a distribuição e avançar com a cooperativa para a venda da produção e gerar renda para a aldeia e para os indígenas que vão trabalhar nessas lavouras. Estamos buscando parceiros para melhorar”, afirmou Lennon Corezomaé, que é da etnia Umutina também vereador em Barra do Bugres.
No ano passado, com maquinários emprestados, eles cultivaram 50 hectares de milho e 150 hectares de arroz. Ao todo, foram colhidas 1.300 sacas, que foram distribuídas para as 130 famílias.
Agora, eles passam a contar com um trator, que foi entregue pelo governo federal durante evento realizado em agosto, em Cuiabá, com a participação do presidente Jair Bolsonaro.
A comunidade Umutina está bastante empenhada na produção de grãos na comunidade. A pedagoga Tânia Monzilar Parikokureu, por exemplo, participou de um evento da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) nesta semana, em Cuiabá.
Segundo ela, o presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan, pediu que os indígenas se associem à entidade nesse processo de expansão da produção agrícola na região de Barra do Bugres.
Dentro da legalidade
Para a comercialização da produção, eles precisam montar uma cooperativa e dar legalidade à lavoura. O uso de máquinas pode reduzir em até 30% o custo da plantação.
Os produtores estão contando com uma assessoria jurídica para seguir todos os trâmites legais em relação à plantação na área indígena, principalmente em relação às questões ambientais.
“Estamos os acompanhando e os orientando no processo de ampliação para que tudo corra dentro da legalidade. Temos como base a Instrução Normativa de 2021, do Ibama e da Funai, que estabelece os procedimentos que devem ser adotados durante o processo de licenciamento ambiental para as atividades em terras indígenas”, afirmou a advogada Cássia Souza Lourenço.
De acordo com a Instrução Normativa, a cooperativa deve ter 51% indígenas e 49% de brancos, mas, se for composta só por índios, é melhor.
Além disso, a cooperativa vai ajudar os indígenas a conseguirem financiamentos para colocar a expansão das lavouras em prática.
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