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quinta-feira, janeiro 16, 2025

Hamas diz que refém israelense estava em local bombardeado por Israel após anúncio de acordo


Segundo a Defesa Civil de Gaza, bombardeios israelenses feitos desde anúncio de acordo de cessar-fogo deixaram mais de 70 mortos e 200 feridos nesta quinta-feira (16). O Hamas afirmou, em um comunicado nesta quinta-feira (16), que uma refém israelense estava em um dos locais atingidos por ataques realizados em Gaza pelas Forças de Israel nas últimas horas.
Israel e Hamas assinaram um acordo de trégua nesta quarta-feira (15) e o cessar-fogo começa a valer a partir deste domingo (19)
Equipes de resgate atendem vítimas de bombardeio israelense em Gaza
Mais de 70 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o anúncio do acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas por um cessar-fogo na guerra no território, informou o serviço de emergência da Defesa Civil de Gaza nesta quinta-feira (16).
Israel intensificou os ataques aéreos contra Gaza horas após do anúncio do acordo por Catar e Estados Unido, ocorrido na quarta-feira (15), afirmaram moradores e autoridades do enclave palestino à agência de notícias Reuters.
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Catar e Estados Unidos anunciaram na tarde de quarta-feira o acordo, que prevê a libertação de dezenas de reféns e a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza. Os dois países, junto com o Egito, mediaram as negociações que se arrastaram por meses. Leia mais detalhes sobre os termos do cessar-fogo abaixo.
Os ataques são um contraste com o clima em Gaza, que é de euforia desde quarta, com o anúncio oficial. Os bombardeios israelenses ocorrem porque, apesar de assinado, o cessar-fogo entrará em vigor apenas no domingo (19).
Segundo a Defesa Civil de Gaza, um total de 71 pessoas morreram nos ataques aéreos desde o anúncio do cessar-fogo e mais de 200 ficaram feridos. Entre os mortos estão 19 crianças e 24 mulheres.
Um porta-voz do Exército israelense afirmou que está investigando os números informados pela Defesa Civil de Gaza.
Segundo balanço do Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, divulgado na manhã desta quinta-feira, 81 mortes foram registradas no território nas últimas 24 horas em ataques israelenses, com 188 feridos. Com isso, o número oficial de mortos palestinos na guerra chega a 46.788.
De acordo com o órgão de Saúde, há várias vítimas sob os escombros e nas ruas que as equipes de ambulância e da Defesa Civil ainda não conseguiram socorrer.
Foto tirada do lado israelense da fronteira com a Faixa de Gaza mostra nuvens de fumaça subindo de explosõesapós o anúncio do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.
Menahem Kahana/ AFP
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas nesta quinta-feira (16) de não respeitar os termos do cessar-fogo e causar uma “crise de última hora” no acordo. O Hamas nega.
Os palestinos pedem uma implementação mais veloz da trégua, que pode ser atrasada pelo impasse entre Israel e Hamas mencionado por Netanyahu.
“Perdemos casas a cada hora. Exigimos que essa alegria não desapareça, a alegria que foi desenhada em nossos rostos – não a desperdicem adiando a implementação da trégua até domingo”, disse o morador Mahmoud Abu Wardeh.
Um dos bombardeios israelenses atingiu a escola de al-Falah, transformada em abrigo para deslocados da guerra, na Cidade de Gaza, na parte central do enclave. Esse ataque matou quatro pessoas, incluindo duas crianças, até o momento e deixou 20 feridos, segundo autoridades palestinas.
Tamer Abu Shaaban afirmou à Reuters que sua sobrinha estava brincando no pátio do local quando o bombardeio ocorreu. Ela foi atingida nas costas por estilhaços e morreu.
“Essa é a trégua de que estão falando? Ela era uma garotinha, uma criança, brincando no pátio. O que ela fez para merecer isso?”, disse Shaaban.
Menino senta em escombro perto de acampamento para refugiados na Cidade de Gaza, em 16 de janeiro de 2025. .
Mahmoud Issa/Reuters
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Acordo de cessar-fogo em Gaza
Cessar fogo em Gaza: o acordo entre Israel e Hamas, fase a fase
O acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas entrará em vigor a partir de domingo (19). O tratado será implementado em fases, que ainda dependem de negociações. Enquanto isso, o governo de Israel deve votar o texto do acordo nesta quinta-feira (16).
Em linhas gerais, o acordo prevê o fim definitivo do conflito e a libertação de todos os reféns que ainda estão sob o poder do Hamas. Cerca de 100 pessoas que foram sequestradas pelo grupo terrorista em Israel, em outubro de 2023, continuam na Faixa de Gaza.
A primeira fase do acordo, que já está negociada, durará seis semanas e prevê a libertação de 33 reféns. Eles serão liberados aos poucos. Durante este período, Israel se compromete a retirar parte das tropas da Faixa de Gaza e a soltar prisioneiros palestinos.
A segunda fase do cessar-fogo começará a ser negociada a partir do início de fevereiro, enquanto a primeira etapa ainda estiver em vigor. A partir daí, Israel e Hamas tratarão da libertação dos demais reféns que estão com o grupo terrorista, incluindo os corpos daqueles que morreram.
Já a terceira e última fase também depende de negociações. Segundo o plano, nesta etapa serão acordados a reconstrução de Gaza e quem governará o território palestino.
Se tudo ocorrer dentro dos conformes, a implementação da última fase representaria um fim definitivo na guerra. Veja outros detalhes do acordo mais abaixo.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman, pediu para que Israel e Hamas se comprometam a cumprir com o plano acordado.
Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ressaltou a importância da entrada de ajuda humanitária para os civis palestinos que estão em Gaza e lembrou das famílias israelenses vítimas do terrorismo.
“Mesmo enquanto celebramos esta notícia, lembramos todas as famílias cujos entes queridos foram mortos no ataque do Hamas em 7 de outubro, e as muitas pessoas inocentes que perderam a vida na guerra que se seguiu. Já passou da hora de os combates terminarem e de o trabalho de construir a paz e a segurança começar”, disse em comunicado.
O governo de Israel afirmou que alguns detalhes do acordo ainda precisam ser afinados. Segundo a Reuters, a expectativa é que a maioria dos ministros israelenses vote a favor do texto, abrindo caminho para a implementação do tratado a partir de domingo.
Veja termos do acordo
Israel x Hamas: foto mostra edifícios em ruínas no norte de Gaza, em 13 de janeiro de 2025.
Reuters/Amir Cohen
Confira, em detalhes, como será o acordo de cessar-fogo em Gaza.
🔵 1º etapa, que durará seis semanas: o cessar-fogo prevê que 33 reféns sob o poder do Hamas sejam libertados. Entre eles estão mulheres, crianças e homens acima dos 50 anos. Além disso:
Israel vai retirar aos poucos as tropas da Faixa de Gaza.
600 caminhões com ajuda humanitária vão entrar todos os dias no território palestino.
Israel vai soltar 30 prisioneiros palestinos para cada refém civil libertado, além de 50 prisioneiros palestinos para cada militar israelense libertado.
A expectativa é que Israel solte cerca de mil prisioneiros nesta primeira etapa. As prioridades são mulheres e crianças.
Israel diminuará sua presença no corredor da Filadélfia – uma faixa de território ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.
A implementação do acordo será garantida pelo Catar, Egito e Estados Unidos.
🔵 2º etapa, que ainda será negociada: conclusão da libertação dos reféns sob o poder do Hamas, incluindo a devolução dos corpos daqueles que morreram. Além disso:
Em troca, Israel libertará mais prisioneiros e detidos palestinos, incluindo 30 que cumprem sentenças de prisão perpétua.
Integrantes do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel não serão libertados.
Forças de Israel serão totalmente retiradas da Faixa de Gaza.
Cessar-fogo passa a ser permanente.
🔵 3º etapa, que ainda será negociada: consiste nas negociações sobre a reconstrução de Gaza, que levaria ao fim da guerra. Porém, ainda existe um debate sobre quem comandará a região. Não há garantias de que o encerramento do conflito aconteça de fato.
Quem governará Gaza?
23 de abril – Pessoas correm para apanhar pacotes de ajuda humanitária lançados sobre o norte da Faixa de Gaza em meio ao conflito em andamento no território palestino entre Israel e o grupo militante Hamas
Omar Al-Qattaa/AFP
Quem administrará Gaza após a guerra é uma incógnita nas negociações. Ao que tudo indica, essa questão foi deixada de fora da proposta atual pela complexidade e probabilidade de atrasar um acordo limitado.
A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esforços para encontrar alternativas entre líderes da sociedade civil ou clãs locais têm sido amplamente infrutíferos.
No entanto, houve discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administração provisória para governar Gaza até que uma Autoridade Palestina reformada possa assumir o controle.
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Fonte: G1

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