Israel confirmou que recebeu lista. Demora incomum para divulgação de israelenses libertados ocorreu em meio a incertezas sobre cumprimento de termos após fala de Trump de que os EUA tomariam o controle da Faixa de Gaza. Reféns israelenses Eli Sharabi, Ohad Ben Ami e Or Levy, da esquerda para a direita, respectivamente, serão soltos pelo Hamas em 8 de fevereiro de 2025.
Movimento ‘Bring Them Home Now’ via Reuters
O grupo terrorista Hamas publicou, depois do previsto, os nomes dos três reféns israelenses que serão libertados neste sábado (8), como parte do acordo de cessar-fogo firmado com Israel. Segundo o porta-voz do braço armado do grupo, os reféns que serão soltos são:
Eli Sharabi;
Or Levy;
Ohad Ben Ami.
Pouco depois, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou à AFP que recebeu a lista dos reféns que devem ser liberados.
A nova rodada de libertação de reféns do Hamas sofreu um período de indefinição nesta sexta-feira (7) após as falas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tomar o controle de Gaza, o que levou a temores de que a troca de reféns por prisioneiros palestinos pudesse ser afetada.
A divulgação dos nomes dos que seriam soltos ocorreu após o prazo estabelecido no acordo, segundo a imprensa israelense. Desde o início da trégua, o Hamas tem comunicado previamente para Israel os nomes dos reféns que a serem libertados.
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As declarações de Trump sobre Gaza nesta semana aumentaram as tensões sobre o acordo de cessar-fogo na guerra, considerado frágil. Trump falou que os EUA “assumiriam” Gaza no pós-guerra e os palestinos seriam removidos do território, o que gerou forte crítica internacional.
O próprio Hamas também repudiou a fala de Trump, qualificando-a como “racista” e pediu para que as facções palestinas se unam contra os EUA. A reação do grupo terrorista, que disse ainda que “nenhum palestino deixará Gaza”, causou temores de que o cessar-fogo no território se tornasse ainda mais frágil.
Refém israelense Arbel Yehud, de 29 anos, sendo conduzida por membros do grupo terrorista Hamas em meio a multidão durante libertação em 30 de janeiro de 2025.
REUTERS/Ramadan Abed TPX IMAGES OF THE DAY
Um porta-voz do Fórum das Famílias de Reféns, a principal associação de parentes, também relatou à AFP o atraso no recebimento dos nomes, o que gerou cobranças ao governo israelense para pressionar o grupo terrorista.
O acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 19 de janeiro previa a libertação de “vários reféns” neste sábado, segundo agências de notícias. Ainda não se sabe se era prevista a soltura de mais reféns no sábado.
Segunda fase
Libertação de reféns do Hamas ocorreu em meio a multidão no sul da Faixa de Gaza
As negociações indiretas entre Hamas e Israel sobre a segunda fase do acordo começaram na terça-feira (4) no Catar, um dos três mediadores do processo, ao lado de Estados Unidos e Egito, segundo um porta-voz do movimento palestino. A nova etapa deve resultar na libertação de todos os reféns e no fim definitivo da guerra em Gaza.
Durante a visita a Washington do premiê israelense a Washington, Donald Trump anunciou a proposta surpreendente de assumir o controle do território palestino e transferir a população de Gaza para países vizinhos, com o objetivo de possibilitar a reconstrução.
“A Faixa de Gaza será entregue aos Estados Unidos por Israel ao final da luta”, afirmou Trump. Ele acrescentou que os palestinos serão “realocados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas, na região”, como no Egito ou Jordânia, escreveu em sua rede Truth Social.
Os dois países, no entanto, rejeitaram com veemência a proposta.
Apesar de vago, o plano de Trump deixa em perigo a ideia de uma solução de dois Estados para solucionar o conflito palestino-israelense de décadas. A opção é defendida por grande parte da comunidade internacional, mas Israel se opõe.
Desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro, o republicano multiplicou os gestos de apoio a Israel. O mais recente aconteceu na quinta-feira, quando assinou uma ordem executiva que prevê sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) por empreender “ações ilegais” contra os Estados Unidos e Israel.
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Fonte: G1