Em Washington, a crise na Califórnia foi considerada uma oportunidade para Trump militarizar sua resposta à imigração. A ordem assinada anteontem abriu espaço para que os militares fossem enviados para qualquer região do país onde o ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) tenha problemas para realizar prisões e deportações.
O memorando também abriu um precedente inédito nos EUA. Pela primeira vez em mais de 60 anos, tropas federais são enviadas a um estado sem a autorização do governador local. Trump utilizou um dispositivo na lei do país que permite o envio das forças da Guarda Nacional se “houver uma rebelião ou perigo de rebelião contra a autoridade do Governo dos Estados Unidos”. Segundo a ordem assinada, “na medida em que protestos ou atos de violência inibem diretamente a execução das leis, eles constituem uma forma de rebelião contra a autoridade do Governo dos Estados Unidos.”
Ontem, o governador da Califórnia escreveu uma carta à Casa Branca solicitando a retirada das tropas de Los Angeles. “Não tínhamos problemas até Trump se envolver. Isso é uma violação grave da soberania do Estado”, afirmou Newsom no X.
Enquanto isso, a polícia de Los Angeles declarou que o centro da cidade é uma zona de aglomeração proibida. “Vocês devem deixar o centro da cidade imediatamente”, disse a polícia, referindo-se à área onde os manifestantes circulavam.

Novos protestos são aguardados hoje. Segundo o New York Times, o Sindicato Internacional dos Empregados de Serviços da Califórnia irão se reunir no prédio do Capitólio Estadual, em Sacramento, para se manifestar contra as políticas migratórias de Trump. O líder do sindicato foi preso na sexta-feira durante outro protesto em Los Angeles.
noticia por : UOL