domingo, 1, junho , 2025 04:36

Frases da Semana: “Janja não é primeira-dama reborn”

“Nenhuma mulher nasce para ser mãe” – Mariliz Pereira Jorge, colunista da Folha. Mas algumas, curiosamente, nascem com instinto de madrasta malvada. 

“Devolução de descontos do INSS deve ser de no máximo R$ 2 bilhões” – Fernando Haddad, ministro da Fazenda. E os outros R$ 4 bilhões? Calma, ministro – antes de sair dando desconto no acordo de leniência, vamos pelo menos fingir que investigamos.  

“Sobre as medidas fiscais anunciadas, esclareço que nenhuma delas foi negociada com o BC” – Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sobre mais um recuo da política econômica, desta vez no IOF. Pelo visto, não foram negociadas nem com o próprio governo. 

“Embriaguez pontual não justifica demissão por justa causa” – decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Por isso, beba sempre no mesmo horário e nunca atrase o primeiro gole. 

“Governo Lula quer atrair cientistas de Harvard, e demais universidades americanas, expulsos por governo Trump” – manchete do portal UOL. Só se for para estudar o brasileiro. 

“Uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês” – Cris Monteiro, vereadora (Novo-SP), ao ser vaiada na Câmara paulistana. Algumas incomodam mesmo. Principalmente quando resolvem falar estultices. 

“Dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado, que eu mudo o Brasil” – Jair Bolsonaro. Mas daí, até eu. 

“Eu não vou dormir um minuto enquanto não colocar todos os que roubaram a aposentadoria dos idosos na cadeia” – Damares Alves, senadora (Republicanos-DF). Vai ter que pedir um travesseiro da NASA emprestado ao Marcos Pontes.  

“Eu escrevi uma carta. Eu não tive contato com ele depois disso, pois ele não respondeu” – Mauro Vieira, suposto ministro das Relações Exteriores, explicando por que ainda não conversou com o secretário de Estado americano. O bom desse governo é que sempre dá para culpar os Correios. 

“Não dê esmola. Seu dinheiro mantém as pessoas na rua” – campanha institucional apoiada por Luciano Hang, empresário. É verdade. Se deixar morrer de fome, não voltam mais.

Sanando a Incultura 

“A incultura é um problema difícil de sanar no Brasil” – Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo (STF-RJ). É um tal de juiz usando gíria de malandro, primeira-dama falando “abrido”, ministro da Fazenda que não sabe fazer conta… um horror mesmo. 

“[O filme] aproxima os brasileiros da sua cultura, dos seus artistas, depois de um tempo muito difícil” – Wagner Moura, ator, comemorando em Londres prêmio recebido em Cannes. Aproxima, sim – mas de longe. Vai que esse negócio de povo é contagioso.

“O cinema brasileiro lava a nossa alma” – Eliane Cantanhêde, jornalista, sobre prêmios recebidos por “O Agente Secreto” em Cannes. Dizem que também nosso dinheiro. 

“Fiz em respeito a Rita Lee” – Mel Lisboa, atriz, explicando decisão de se tornar vegana. O Marcelo D2, imagino, ela homenageia em vida mesmo. 

“Chorava de cansaço” – Murilo Benício, ator, sobre o esforço para interpretar gêmeos na novela “O Clone”. Esse nunca vai poder atuar como Alexandre de Moraes no filme sobre o “golpe” – imagina ter que interpretar oito papéis ao mesmo tempo e ainda escrever o roteiro?

Sancionado Tribunal Federal 

“Aqui, não há nenhum medo” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo (STF-MT), sobre sanções dos EUA a ministros do STF. Agora só vão poder passar vergonha em espécie. No crédito e no débito, está bloqueado. 

“Se o senhor não se comportar, vai ser preso por desacato” – Alexandre de Moraes, ministro do Supremo (STF-SP), ameaçando Aldo Rebelo, ex-ministro da Defesa, que ousou lhe explicar como funcionam as figuras de linguagem. Moraes vai acabar prendendo uma metáfora em flagrante por falsidade ideológica.

“Fiz uma cagada” – Paulo Gonet, procurador-geral da República, durante depoimento de Aldo Rebelo no julgamento do suposto golpe. A boca fala do que o coração está cheio. 

“Não precisa ameaçar de prisão. Aí, obviamente, isso vira manchete e todos os bolsonaristas postam” – Felipe Moura Brasil, jornalista, sobre ameaça de Moraes a Rebelo. Cuidado ao oferecer treinamento de mídia para o Moraes, o último que tentou ensinar português quase saiu algemado. 

“É preciso combater o crime sem cometê-lo” – Gilmar Mendes, ministro do Supremo (STF-MT), em crítica a Nayib Bukele, presidente de El Salvador. No Brasil não corremos esse risco, já que ninguém combate o crime, só pensam mesmo em cometê-lo. 

“Moraes é um criminoso em cargo de juiz” – Sebastião Coelho, desembargador e pré-candidato ao Senado (Novo-DF). Seria só mais uma função que ele acumula indevidamente. 

“No Brasil, existem atualmente duas grandes categorias de pessoas: as que fazem alguma coisa e as que têm razão” – Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo (STF-RJ), ao ser flagrado confraternizando com empresários cujos processos deverá julgar no STF. O nobre ministro, ao que tudo indica, pertence à coluna do meio. 

“A gente fez um jantar para arrecadar fundos para o programa [de bolsas raciais do STF] e a matéria disse que eu me reuni com empresários a ‘pretexto’ de arrecadar fundos” – Luís Roberto Barroso, após se reunir com empresários a pretexto de arrecadar fundos. 

“Todos que saúdam as medidas de Moraes deveriam imaginar como seria se um ministro radical de direita tivesse o poder dele hoje” – Alexander Busch, colunista da Deutsche Welle, mídia estatal alemã. Um daqueles “terrivelmente evangélicos”? 

“Por muito tempo, os americanos foram multados, assediados e até mesmo acusados por autoridades estrangeiras por exercerem seus direitos de liberdade de expressão” – Marco Rubio, secretário de Estado norte-americano. Não posso dizer que sei de quem ele está falando. Não posso mesmo. Vai que dá problema. 

“Secretário de Segurança é rainha da Inglaterra?” – Alexandre de Moraes. Por quê? A Rainha de Copas quer marcar uma audiência? 

“Se acha ou não que teve golpe, não importa” – Alexandre de Moraes, intimidando testemunha durante julgamento do suposto golpe. Boa, Moraes. Nada de perder tempo com o que já está decidido. 

“Se vierem sanções a Moraes, STF pode subir o tom com Bolsonaro” – Mônica Bergamo, jornalista. Se não fosse a imprensa “independente” garantindo que o processo é “imparcial”, eu diria que tem algo estranho aí. 

A Semana do Mandatário 

“Só perco 2026 para mim mesmo” – Lula. Não subestime a Janja. 

“O pobre vai ter acesso aos mesmos exames que o presidente” – Lula. Só se for aquele exame de tuberculose que se faz ao dar entrada no presídio. 

“Não é possível que tudo tem controle, menos as empresas de aplicativos” – Lula, defendendo a cesura das redes sociais. Verdade, até o propinoduto da Petrobras tinha aquela planilha de controle. 

“Deus deixou sertão sem água porque sabia que eu ia trazer” – Lula, em mais um evento de campanha informal. Em compensação, não esqueceu da cachaça só para garantir que certos presidentes compareceriam ao evento. 

Deixe a Janja trabalhar 

“Na China, se não seguir a regra, tem prisão. Por que é tão difícil falar disso aqui?” – Janja Lula da Silva, defendendo a censura às redes sociais. Cuidado com essa ideia de copiar a China, lembre-se que lá eles fuzilam político corrupto em praça pública. 

“Janja não é primeira-dama reborn

Marcelo Rubens Paiva, escritor. Ainda bem, senão poderiam confundi-la com a noiva do Chucky. 

“Sei quem foi” – Lula, sobre vazamento de gafes de Janja em jantar fechado com ditador chinês. Então o que está esperando para dar um aumento a esse herói anônimo? 

“Estou com Janja” – campanha do PT Brasil em apoio à primeira-dama. Poxa, que chato. Dizem que dá uma coceirinha, mas você trata com benzetacil. 

O Planeta Hebdomadário 

“Discussão inofensiva de casal” – nota da assessoria de Emmanuel Macron, após vídeo flagrar agressão da esposa contra o presidente francês. Menos mal. Por um momento, achei que ele estava apanhando da avó ao descer do avião. 

“Caro Lula, vamos escrever a próxima página juntos?” – Emmanuel Macron, convidando Lula para reunião ambiental. Bem que a Madame Macron poderia aproveitar e convidar a Janja para ensiná-la como apimentar a relação. 

“Putin ficou louco. Está brincando com fogo!” – Donald Trump, após ataques russos a civis ucranianos. Mas que estranho, até ontem ele parecia um tirano genocida completamente normal. 

“Inglês: a língua que abre as portas das universidades americanas” – Leonardo Reis, comunicólogo, na CNN Brasil. E eu aqui, aprendendo tupi-guarani e achando que ia entrar em Harvard pelo ENEM. 

“No México, o governo deve pedir permissão aos narcotraficantes para governar” – Ramón Castro, bispo de Cuernavaca. No Brasil acontece exatamente o contrário. 

Marina das Cinzas 

“A mulher merece respeito, a ministra não” – Plínio Valério, senador (PSDB-AM), se dirigindo a Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, durante sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado. Misoginia pura desrespeitar a ministra que mais fez pelo desmatamento no Brasil. 

“Eu sou as duas coisas. O senhor está falando com as duas coisas” – Marina Silva, ministra do Meio-Ambiente, respondendo a Plínio. O problema é que o que uma coisa fala, nem a outra coisa consegue entender. 

“Me respeite, ministra, se ponha no seu lugar” – Marcos Rogério, senador (PL-RO), durante a mesma sessão. Lugar de mulher é onde ela quiser – inclusive se escondendo quando alguém faz uma pergunta difícil. 

“É inadmissível que um parlamentar diga a uma mulher que ela deve ‘se colocar no seu lugar’” – Leila Barros, senadora (PSB-DF), saindo em defesa de Marina Silva. Leila ficaria devastada se a Marina acabasse se queimando e saindo chamuscada desse episódio. 

Memória 

“Perdeu, Mané, não amola!” – Luís Roberto Barroso, em novembro de 2022. A incultura é um problema difícil de sanar no Brasil. 

“Querida Pam, por favor nos ajude… Faça esta mensagem chegar até Joe Biden e Kamala Harris – nosso presidente está matando nosso povo” – Felipe Neto, youtuber e enxadrista, em março de 2021, pedindo intervenção à deputada americana Pam Keith contra o governo brasileiro durante a pandemia. Cuidado com o que você deseja…

Ari Fusevick é brasileiro não-praticante. Escreve sobre filosofia, economia e política, na margem entre o inconcebível e o indesejável. Colabora com a Gazeta do Povo, Newsmax e New York Post. Autor da newsletter “Livre Arbítrio” e do livro “Primavera Brasileira“.

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noticia por : Gazeta do Povo

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