O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (11) que vai diminuir a presença diplomática no Iraque devido a tensões crescentes no Oriente Médio em razão de um impasse nas negociações nucleares com o Irã.
Segundo o governo americano, a decisão foi tomada após uma revisão das condições de segurança do seu pessoal no exterior. Segundo a Reuters, uma autoridade da Casa Branca disse que o presidente Donald Trump foi informado da medida. Outra autoridade disse à agência de notícias que o Departamento de Estado autorizou saídas voluntárias nas embaixadas dos EUA no Bahrein e no Kuwait.
A retirada ocorre em um momento de tensão no Oriente Médio impulsionada por 20 meses de guerra na Faixa de Gaza e por uma escalada nos confrontos indiretos entre EUA e Irã. Trump tem ameaçado atacar o Irã caso as negociações em torno do programa nuclear iraniano fracassem. Em entrevista publicada nesta quarta, ele afirmou que está menos confiante de que Teerã aceite interromper o enriquecimento de urânio, uma das principais exigências de Washington para a assinatura de um acordo.
Em resposta, o ministro da Defesa iraniano, Aziz Nasirzadeh, afirmou que o Irã retaliaria com ataques diretos às bases militares americanas na região caso seu país seja alvo de ofensivas. A presença militar dos Estados Unidos no Oriente Médio é vasta, com bases estabelecidas em países como Iraque, Kuwait, Qatar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos.
Segundo autoridades do governo, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, autorizou a saída voluntária de dependentes de militares que vivem nesses locais — especialmente no Bahrein, onde há a maior concentração de familiares de tropas.
No Iraque, a retirada parcial deve ocorrer por meio de voos comerciais, mas o Pentágono já colocou unidades militares em prontidão caso seja necessário um apoio emergencial. O governo iraquiano, por sua vez, disse por meio de sua agência estatal que não identificou nenhum alerta de segurança que justificasse a retirada.
O Iraque mantém relações tanto com os EUA quanto com o Irã, rivais históricos. O país abriga cerca de 2.500 soldados americanos e conta com forças de segurança que incluem facções apoiadas por Teerã.
Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, grupos armados alinhados ao Irã fizeram vários ataques contra tropas americanas, embora esses incidentes estejam diminuindo desde o ano passado.
As próximas rodadas de negociações nucleares entre EUA e Irã estão previstas para os próximos dias, com Teerã devendo apresentar uma contraproposta após rejeitar a última oferta americana. Um funcionário iraniano afirmou à Reuters que a ameaça militar sempre foi usada como tática de pressão pelos Estados Unidos e advertiu que qualquer ação armada teria “consequências graves”.
Com Reuters e The New York Times
noticia por : UOL