A Justiça Estadual tornou réus o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União Brasil) e o suplente Pedro Satélite (PSD) por corrupção e lavagem de dinheiro, em um esquema de fraude no sistema intermunicipal de transporte de passageiros de Mato Grosso. A denúncia do Ministério Público Estadual (MPMT), por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal), foi acatada pela Turma de Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). O relator da ação no TJMT é o desembargador Marcos Machado.
Segundo a ação do MPMT, Dilmar e Satélite integraram a Comissão Especial de Transportes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), como relator e presidente, em 2015, e recebiam propina mensalmente, desde 2012, por empresários do setor de transporte com a finalidade de inviabilizar a licitação da implantação do novo Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros do Estado, por meio da concessão dos serviços pelo prazo de 20 anos.
As propinas eram pagas por empresários interessados em manter, de forma precária, a exploração do sistema de transporte coletivo rodoviário.
O documento indica a existência de uma organização criminosa liderada por um dos empresários, Éder Augusto Pinheiro, dono da Verde Transportes.
Pedro Satélite e Dilmar Dal Bosco, segundo a denúncia, teriam recebido durante o mandatos de deputados estaduais, entre os anos 2012 e 2018, propina no valor de R$ 4 milhões e R$ 2 milhões respectivamente, segundo a análise dos documentos bancários.
Ainda conforme o MPMT, desde 2012 os parlamentares agiam com o intuito de obstar licitação que atenderia o interesse público, buscando convencer diretamente o chefe do Poder Executivo, outros deputados estaduais e servidores da Sinfra, a tramitação do procedimento de acordo com os interesses do grupo criminoso por eles representados, “conforme se depreende da valoração dos elementos de convicção constantes dos autos, em especial os depoimentos do ex-governador Silval Barbosa e do colaborador Max Willian de Barros Lima”.
Eles teriam, inclusive, comprado um decreto estadual para prorrogar até 2031 as concessões precárias do transporte. As empresas mantiveram domínio do setor com a ação.
Durane a operação, foram apreendidos R$ 153 mil no closet de Dilmar Dal Bosco, sem prova da procedência. Ele pediu a restituição do valor, que foi negado pela Justiça enquanto não houver provas da origem do dinheiro.
fonte: RD News