O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu nesta terça-feira (20) que a comunidade internacional não permaneça “de braços cruzados” diante do que chamou de carnificina promovida pelas forças militares de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.
O Brasil tem sido uma das vozes mais críticas no cenário internacional em relação ao governo israelense liderado por Binyamin Netanyahu, que ampliou nos últimos dias sua ofensiva contra o Hamas no território palestino.
“É uma situação terrível a que está acontecendo, há uma carnificina”, disse o chanceler durante audiência em comissão do Senado. “Há um número elevadíssimo de crianças mortas. É algo que a comunidade internacional não pode assistir de braços cruzados”, afirmou ao comentar a situação no território palestino devastado.
O ministro do governo Lula (PT) lamentou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas esteja “paralisado diante do desrespeito” de Israel ao direito internacional.
As declarações do chanceler ocorrem no momento em que vários países, entre eles França, Alemanha e Reino Unido, aumentam a pressão sobre Israel diante da crise humanitária em Gaza.
A atuação de Israel “é uma invasão como todas as outras, e o Brasil condena todas elas. Condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia. Da mesma forma, não vejo todos os países condenando esta invasão”, afirmou Vieira.
O ministro já havia feito outras críticas à Israel e à comunidade internacional por ações insuficientes frente à crise humanitária em Gaza. Em viagem à Cisjordânia em março de 2024, afirmou que o Brasil trabalhará pela admissão da Palestina na ONU.
“É preciso condenar e repudiar a atrocidade do ataque terrorista sofrido por Israel no dia 7 de outubro. Sim, Israel tem o direito de defender sua população, mas isso tem de ser feito dentro de regras do direito internacional. A cada dia que passa, no entanto, resta claro que a reação de Israel ao ataque sofrido tem sido extremamente desproporcional e não tem como alvo somente aqueles responsáveis pelo ataque, mas todo o povo palestino”, disse Vieira na ocasião.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já classificou em diversas ocasiões a ofensiva militar israelense em Gaza como um genocídio.
Lula condenou os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023 em Israel —que foram o estopim para a guerra contra o Hamas. Ele também reiterou seu compromisso com a solução de dois Estados, incluindo um Estado palestino, com base nas fronteiras anteriores a 1967, antes da Guerra dos Seis Dias, na qual Israel ocupou diversos territórios da região.
noticia por : UOL