Com isso, quem participou do 8 de janeiro pode ir para o semiaberto ou à prisão domiciliar – sem que sejam, de fato, anistiados. Já generais e o próprio Bolsonaro não seriam nem prejudicados, pois uma lei não pode retroagir desfavoravelmente a um réu, mas nem beneficiados.
E é isso o que seus seguidores querem. Entre os manifestantes pelo ato a favor da anistia que foram à avenida Paulista, no dia 6 de abril, 51% querem tratamento diferenciado entre os que estavam no 8 de janeiro e suas lideranças políticas. Outros 44% defendem que ambos os grupos deveriam ser tratados de maneira igual. Ou seja, a maioria crê que lideranças e peixes pequenos não podem ser punidos da mesma forma. O levantamento, feito pelo Monitor do Debate Político do Cebrap e da USP e pela ONG More in Common.
Como já disse aqui antes, falta um ato de sacrifício pessoal para que Jair Bolsonaro prove que é sincera a sua defesa de anistia para a turba de extrema direita que participou dos atos golpistas.
Enquanto centenas de bolsonaristas atacaram as sedes dos Três Poderes, para tentar forçar uma intervenção das Forças Armadas, Bolsonaro estava cavalgando um álibi planejado nas cercanias da Disney. Agora, vem usando novamente o seu rebanho, com foco nos bolsonaristas condenados naquele episódio, para seus interesses pessoais.
“Uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação!”, pediu o ex-presidente, em fevereiro de 2024. Ele pediu para que os deputados bolsonaristas presentes no ato, tocassem a proposta no parlamento.
Desde então, é o que eles vêm fazendo, deixando em segundo plano temas menos importantes, como a isenção de Imposto de Renda para quem ganha menos de 5 mil cascalhos por mês.
noticia por : UOL