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quinta-feira, janeiro 16, 2025

Bastidores do cessar-fogo: negociação levou 96 horas, teve reviravolta e participação decisiva de enviado de Trump


Palestinos e israelenses celebram anúncio de cessar-fogo em Gaza
A presença do enviado do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio, Steve Witkoff, foi crucial para a assinatura de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, disse um alto funcionário do governo Biden à agência Reuters.
Um acordo de cessar-fogo e de libertações de reféns em Gaza foi finalmente fechado na quarta-feira (15), após 96 horas de negociações intensas em Doha, mediadas por diplomatas dos EUA, Egito e Catar.
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À frente dos americanos estava o enviado do presidente Joe Biden para o Oriente Médio, Brett McGurk, que se encontrava na região desde 5 de janeiro trabalhando a autoridade ouvida pela Reuters, que não teve seu nome revelado, chamou de “um arranjo muito complexo”.
O acordo entre Israel e o Hamas ganhou um grande impulso com às repetidas ameaças de Trump de que iria “abrir as portas do inferno” no Oriente Médio se os reféns mantidos pelo grupo militante não fossem libertados antes de sua posse em 20 de janeiro, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel
Kai Pfaffenbach/Reuters
Acordo Israel-Hezbollah
O acordo, após meses de negociações intermitentes, ganhou força depois que Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah concordaram com um cessar-fogo em novembro, e as negociações ficaram mais tensas nas últimas 96 horas, disse o funcionário do governo.
Um dos maiores obstáculos foi a recusa do Hamas em divulgar quantos reféns o grupo estava mantendo ou quem entre os reféns seria libertado na primeira fase do acordo.
Os reféns estavam entre o grupo capturado pelo Hamas durante o ataque do grupo terrorista ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, quando homens armados também mataram 1.200 pessoas, de acordo com contagens israelenses.
“Essa foi a questão principal pouco antes do Natal e mantivemos a pressão sobre o Hamas e deixamos claro que não haveria um acordo sob nenhuma circunstância, a menos que o Hamas produzisse e concordasse com a lista completa de reféns que sairiam no acordo”, disse o funcionário dos EUA.
No final de dezembro, o Hamas concordou com a lista de reféns, o que acelerou a fase final para chegar a um acordo para libertar reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinos mantidos por Israel, disse o oficial.
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Enviado de Trump
McGurk, que estava na região liderando a equipe dos EUA trabalhando para acertar os detalhes, foi mais tarde acompanhado por Witkoff.
Os pontos principais incluíam os termos do cessar-fogo, a sequência da libertação de reféns, o número de prisioneiros palestinos que Israel libertaria em troca e futura ajuda humanitária a Gaza, disse o oficial.
Essa fase das negociações se tornou muito intensa.
O envolvimento de Witkoff com McGurk na fase final das negociações foi uma “parceria frutífera entre os dois para ajudar a fechar alguns dos arranjos finais e levá-los a uma conclusão”, disse o funcionário.
Witkoff, um investidor imobiliário próximo a Trump, também visitou Israel para se encontrar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e uma pessoa informada sobre o acordo disse que Witkoff “foi capaz de pressionar Netanyahu a aceitar o acordo e agir rapidamente”.
O funcionário dos EUA disse que até as 3 da manhã, horário local, na quarta-feira (15), McGurk e mediadores egípcios e cataris estavam se reunindo com a equipe israelense no segundo andar do local das negociações, enquanto os representantes do Hamas estavam no andar de baixo.
Fase inicial
O acordo descreve uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas e inclui a retirada gradual das forças israelenses de Gaza e a libertação de reféns mantidos pelo Hamas em troca de detidos palestinos mantidos por Israel, disse um outro oficial à Reuters.
O acordo também exige que 600 caminhões de ajuda humanitária sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo, disse o oficial. A guerra aérea e terrestre de Israel em Gaza matou mais de 46 mil pessoas, de acordo com números do Ministério da Saúde de Gaza, com centenas de milhares enfrentando uma grave crise humanitária.
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Fonte: G1

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