Uma conversa obtida pelo MP-SP no celular de Cláudia, ocorrida em setembro de 2019, reforça a tese de controle da entidade. Roberto manda um áudio pelo Whatsapp para Cláudia sobre a eleição para presidente da entidade. “O negócio é seguinte, é, aí do escritório não pode ficar sem nós três aí, entendeu? Ou sou eu, você e o Renato. Tem que ficar pelo menos um. Aqui também. Todo lugar tem que ter pelo menos um para poder segurar essas coisas, né?”.
Em outro momento, Cláudia responde também por áudio. “Depois de tudo pronto, é fácil querer fazer parte, né? Depois que está tudo pronto. Trabalhamos o ano inteiro, tal, tal, tal, agora quer chegar no ‘busão’ e sentar na janelinha. Nem ‘fudendo’. Você está certíssimo. Parabéns. Tem que cercar o que é nosso, e a Apae é nossa”, diz.
Em novembro daquele ano, Cláudia mandou uma foto para Roberto com o saldo bancário no valor de R$ 47.764,63. Depois, escreve: “Vou fugir”. Roberto responde com a mensagem “reparte comigo” e envia a foto da calculadora mostrando o valor pela metade. Segundo a denúncia, ela foi ao banco no dia seguinte e fez a transferência.
Os denunciados, da forma como agiram, desviando sistematicamente recursos em detrimento de serviço que atende à dignidade de pessoas com deficiência, traíram a confiança daqueles que doaram valores para manter e sustentar o atendimento a grande número de crianças e pessoas com deficiência Denúncia do MP-SP
Os líderes [Roberto e Cláudia] foram diretamente auxiliados nas práticas das fraudes, seja por meio de condutas comissivas, seja por meio de omissões penalmente relevantes, por funcionários a eles diretamente subordinados, igualmente beneficiados, cuja participação foi indiscutivelmente fundamental e decisiva para que os desvios se protraíssem no tempo e não fossem descobertos Denúncia do MP-SP
Desaparecimento de Cláudia
A investigação sobre os desvios na Apae de Bauru foi um desdobramento da apuração sobre o desaparecimento de Cláudia. Segundo a Polícia Civil, ela foi assassinada por Roberto Franceschetti.
noticia por : UOL