quinta-feira, 13, março , 2025 02:57

Afago de Lula a Haddad foi político, não de agenda econômica

O presidente Lula fez no lançamento do novo consignado um afago ao ministro Fernando Haddad, após os recentes atropelos que partiram de integrantes do governo e do PT.

A fala foi considerada positiva por aliados do ministro da Fazenda como resposta à fritura que ele tem passado nos últimos tempos.

O recado de Lula também foi lido por integrantes históricos do PT como um freio de arrumação. Um basta do presidente aos ataques disparados contra Haddad dentro de casa.

As investidas estavam crescendo num padrão inaceitável, com prejuízo para o próprio presidente. Fritar ministro da Fazenda não é bom para nenhum governo. Tende a levar a uma única direção: a troca de comando da política econômica.

Faltou Lula, no entanto, ter sido mais contundente no apoio. Para isso, precisaria cortar a criatividade de alguns ministros que a todo momento afrontam a orientação da política econômica de Haddad. Toda semana é bola nas costas na Fazenda.

Alexandre Silveira (ministro de Minas e Energia) tem sido um dos mais criativos. Após propor o vale gás fora das regras fiscais e outras intervenções, como o decreto para barrar o reajuste da tarifa de Itaipu, ele agora quer reduzir a conta de luz num momento de baixa popularidade de Lula.

A proposta é usar recursos do Fundo Social do Pré-Sal para financiar parte dos subsídios das contas de luz e, com isso, reduzir as tarifas. O uso do fundo foi flexibilizado na semana passada.

Não resta dúvida de que o apoio de Lula a Haddad foi enfático. Mas representou alguma sinalização prática em termos de agenda econômica? Não. Foi um apoio político. Mostra que ele até pode ser o filho preferido, mas não por isso vai atendê-lo sempre.

No mesmo evento, o ministro Rui Costa (Casa Civil) disse que o país terá um PIB relevante em 2025, em tom de palanque de campanha eleitoral.

Nos primeiros dois anos de governo, Lula apoiou a agenda econômica de Haddad. Nesta segunda metade do mandato, é Haddad quem terá de apoiar a agenda eleitoral do Lula.


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noticia por : UOL

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