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quinta-feira, fevereiro 13, 2025

A categoria Open é a 'série A' do fisiculturismo?

William Martins é um dos principais nomes da categoria Open no país. Fisiculturista profissional desde 2019, o atleta catarinense representou o Brasil em diversos locais, como por exemplo Portugal, Itália e Estados Unidos. Em entrevista exclusiva ao blog, ele falou sobre a sua divisão dentro do fisiculturismo e abordou as dificuldades que enfrenta por ser um gigante de quase 150kg, dentre outros temas.

Open é diferente

Na categoria em questão, os atletas que participam dela não precisam atender a nenhum pré-requisito relacionado ao seu peso corporal antes do campeonato. Isso faz com que, nessa divisão, estejam os fisiculturistas que apresentam um volume muscular superior aos demais, como aqueles que participam da Classic Physique ou da Men’s Physique, por exemplo.

Para William, a situação faz com que os “opens” demorem muito mais tempo para chegar ao seu auge na carreira. “Você vê muitos atletas na casa dos 20 e poucos anos de idade já no topo do mundo, e isso é impensável para um Open (…) leva muito tempo para chegar nos 120kg, 130kg de palco – sem quase nada de gordura no corpo. O Cbum, por exemplo, pesou menos de 110kg no último Olympia dele. O Andrew Jacked, da Open, que tem uma altura parecida e pesou 140kg. Geralmente, os atletas conseguem adicionar de 2kg a 3kg entre um ano e outro, numa temporada boa”, pontua o profissional de educação física.

O atleta acrescenta que “o open vai ter que comer mais, se aplicar mais, passar mais fome (…) geralmente, a categoria leva mais tempo. Não é normal ver um open com 30 e poucos anos de idade no topo da categoria”.

Genética

No meio fitness, é dito que a Open é diferente de todas as demais categorias e que, para seguir carreira nessa divisão, é preciso ter uma genética privilegiada – no que tange o ganho de massa muscular.

William, por sua vez, acredita em um conjunto de fatores que podem levar um indivíduo a ser bem-sucedido no esporte: “Tem a genética de propensão ao aumento da massa muscular, mas também tem a parte de se alimentar. Tem gente que não consegue comer em grandes quantidades. Tem gente que é mais ou menos resistente aos efeitos colaterais dos hormônios. Então não é só uma coisa, são vários pilares”.

Ele também não acha que metas objetivas podem definir o potencial de um iniciante. “Muitas vezes, o praticante iniciante de musculação tem uma pré-disposição genética favorável ao ganho de músculos, mas não sabe explorar esse potencial. Então não é algo tão assim: ‘se não ganha 20kg no primeiro ano de musculação, não tem como ser Open’. Eu já ouvi que eu não tinha genética para o fisiculturismo. Se eu tivesse dado atenção às pessoas que me disseram isso, não seria um atleta hoje”, explica o educador físico.

Padrões

Dentro desse esporte, a estética é caracterizada por um conjunto de fatores, como por exemplo o formato dos músculos, a circunferência da cintura, a simetria e as proporções do físico em questão. Geralmente, os fisiculturistas que mais chamam atenção são aqueles com ombros largos, cintura fina e pernas grossas, o que faz o corpo adquirir uma silhueta semelhante à de uma ampulheta.

Diante desse contexto, William alega não ter a mais favorável das estruturas: “eu tenho uma cintura um pouco mais grossa e a inserção do meu dorsal é alta”. Por isso, o fisiculturista trabalha para aumentar principalmente suas pernas e a largura de suas costas, o que deixaria seu físico “mais harmônico”.

Atualmente, ele se encontra no início do “bulking”, fase em que os fisiculturistas aumentam o consumo calórico a fim de construir mais massa muscular. Para adicionar ainda mais músculo na estrutura que já pesa cerca de 145kg em jejum, o gigante come aproximadamente 4kg de comida por dia, o que representa pouco mais de 6 mil calorias diárias.

Perrengues

Ter um corpo completamente fora dos padrões exige sacrifícios. William conta que já afundou diversas camas e chegou a quebrar dois bancos de carro: “dependendo do carro, é difícil entrar ‘normalmente’, então às vezes a gente ‘se joga’ para dentro. E nessa, foram dois bancos”.

Tarefas simples do cotidiano, como por exemplo amarrar os cadarços ou utilizar um mictório, podem se transformar em um teste de paciência. Segundo o fisiculturista, ele está “sempre com calor, sempre suado”.

A pior parte, ainda de acordo com o atleta, é o vestuário: “Roupa é uma coisa quase impossível de achar. Não me lembro da última vez que fui ao shopping e achei uma roupa legal que servisse em mim (…) até porque, mesmo quando eu acho uma que serve, não tem caimento”.


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noticia por : UOL

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