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Nesta segunda-feira (29), a secretária de Saúde de Primavera do Leste, Laura Leandra, informou ao g1 que “não houve mau atendimento” na ESF do Bairro São José, onde um morador invadiu um consultório e esfaqueou uma médica e matou uma agente de saúde na quinta-feira (25). A suposta motivação do crime havia sido apontada pela Polícia Militar no registro da ocorrência, no momento da prisão do suspeito.
Segundo ela, Antônio Anderson Ferreira de Lima, de 34 anos, que confessou ter planejado o crime à Polícia Civil, era paciente da unidade. Ele havia sido atendido em junho, quando recebeu uma receita para medicação válida por 30 dias e havia retornado ao posto de saúde no dia anterior ao crime para agendar um retorno, que ocorreria na sexta-feira seguinte.
“Não houve nenhuma queixa por parte do paciente, não houve mau atendimento e não houve reclamação”, apontou a secretária.
Lima, ainda conforme ela, era atendido no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do município desde 2020, quando começou a ser consultado por médicos, psicólogos e assistente social, mas ficou sem comparecer à unidade por cerca de um ano.
“O fato aconteceu não pela situação do mau atendimento. O paciente tinha diagnóstico de transtorno mental, realizava tratamento no Caps, porém com baixa adesão de frequência e à medicação”, relatou.
Em maio, a mãe do paciente procurou a unidade e pediu ajuda para interná-lo, segundo a secretária.
“O médico fez toda a orientação com a família a respeito, inclusive, da possibilidade de surto psicótico, de que a mesma deveria chamar o Samu, caso acontecesse. Mais uma vez, o médico trocou a medicação e pediu a vigilância da família”, apontou.
Ainda conforme a secretária, a mãe retornou em junho, relatando que não houve melhora na condição do filho. A internação na Associação Beneficente Paulo de Tarso, hospital de referência no município, foi concedida e a família foi comunicada pelo Estado.
“Ela procurou a UPA para transporte e foi orientada que o Samu deveria prestar o serviço por ter uma equipe especializada em surto e que poderia medicar o paciente para que fosse transferido. Não houve chamamento da equipe”, informou.
Entre maio e julho, segundo a secretária, 50 pacientes em surto psicótico foram atendidos pelo Samu em Primavera do Leste.
“É de suma importância a gente ressaltar que o tratamento psiquiátrico é de responsabilidade do município e do estado, mas também que essa família possa acompanhar esse paciente, dar assistência e, se necessário, deve ser convocado o Samu para levá-lo à unidade de pronto atendimento”, explicou.
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