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A produção de etanol em Mato Grosso cresceu 384,5% nos últimos 10 anos, conforme dados divulgados pelo Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool (Sindalcool-MT). Em 2011, foram produzidos 0,84 bilhões de litros do produto. Já no ano passado as indústrias produziram 4,07 bilhões de litros.
O setor ainda prevê um crescimento de mais 13,2% entre 2022 e 2023, chegando a 4,61 bilhões de litros.
O sindicato afirma que a descoberta da produção do combustível por meio do milho foi o que impulsionou essa disparada nos últimos anos.
Mato Grosso começou a produzir etanol de milho em 2013 e foi aumentando a fabricação até igualar a quantidade produzida com o etanol de cana, em 2019. Na época, a produção atingiu 2,43 bilhões de litros, sendo metade feito por meio da cana e metade por meio do milho.
A partir disso, a fabricação do combustível passou a ser, em sua maioria, derivada do milho. Entre 2021 e o início deste ano, foram produzidos 3 bilhões de litros de etanol e milho e apenas 1,07 bilhão de litros a partir da cana.
O aumento fez com que o estado saísse da 7ª posição na produção nacional de etanol para a 3ª, ficando atrás apenas de Goiás (2ª posição) e São Paulo (1ª posição).
“O estado teve uma mudança na industrialização do setor sucroenergético. Hoje temos ¾ de produção sendo derivado do etanol de milho, e isso foi muito importante não só para a agregação de valor, mas para a produção do etanol basicamente”, explicou o presidente Sindalcool, Silvio Rangel.
Somente duas das usinas instaladas no Norte de Mato Grosso produzem, anualmente, quase 1,5 bilhão de litros do etanol de milho.
Segundo o presidente, com o valor agregado, além da produção de etanol, há também outros produtos com a produção em crescimento, como a ração animal, óleos, entre outros.
Transformação e aproveitamento
Para se transformar em etanol, o grão é moído e passa por um processo de fermentação e destilação. E, na usina de etanol, o grão é totalmente aproveitado: vira ração para alimentar animais. A estimativa da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) é que são cerca de 300 kg de farelo a cada tonelada do cereal – e dele é possível extrair o óleo, com 19 kg a cada tonelada.
Nas usinas, o milho vira ainda energia para fazer os motores funcionarem – a principal fonte é a queima da biomassa a partir de eucaliptos cultivados pelos produtores.
Destino da produção
De acordo com o último levantamento feito pelo Sindalcool, em 2021, a maioria do etanol produzido em Mato Grosso tem como destino São Paulo e, em seguida, o próprio estado.
Logo depois, aparecem os estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Rondônia, respectivamente.
InformaMT/G1