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sexta-feira, novembro 22, 2024

Em MT 60 liminares concedidas pela Justiça ainda não foram cumpridas, diz defensoria pública

InformaMT

Em Mato Grosso, 60 liminares concedidas pela Justiça ainda não foram cumpridas, de acordo com a Defensoria Pública do estado. Somente em janeiro e fevereiro deste ano, 130 pacientes recorreram a Justiça, com pedidos de atendimento médico urgente.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) informou por meio de nota que a cirurgia de Paulo Sérgio Carvalho não foi realizada porque a empresa fornecedora não tem, no momento, a prótese necessária para o paciente. A secretaria disse que já notificou a empresa para que a prótese seja providenciada o mais breve possível

De acordo com o defensor público Fábio Barbosa, quando um pedido não é obedecido, é preciso fazer um orçamento em hospitais particulares para que o estado pague o procedimento.

“Não cumprida, a defensoria vai buscar apresentar um orçamentos para que esse procedimento seja feito através de uma rede privadas. Nós buscamos dois ou três orçamentos, apresentamos para o juiz para bloquear a conta do estado e retirar aquele valor para fazer o procedimento na rede privada”, explicou.

O mecânico Paulo Sérgio Carvalho sofreu um acidente que afetou os ossos da bacia há sete anos e está afastado do trabalho. Os médicos recomendaram o implante de uma prótese, mas a cirurgia até o momento não foi feita.

Paulo Sérgio entrou na Justiça e em 2020 ganhou uma liminar obrigando o estado a fazer o procedimento ou pagar um hospital particular pelo serviço. Quase dois anos depois, ele aguarda o cumprimento da ordem judicial e teve que ser internado por causa das dores que sente.

“Eu tive esse acidente, não consigo mais trabalhar, estou tomando um remédio forte e passou para uma morfina. Sinto dores intensas toda hora, quando passa o efeito do remédio até choro de dor. Sem essa cirurgia, eu não consigo mais trabalhar, alimentar a minha família e tocar o meu negócio”, disse.

O caso do mecânico não é único que comprova que liminares concedidas pela Justiça nem sempre garantem o atendimento médico que é necessário.

Há casos ainda mais graves que os médicos constatam que o risco de morte é eminente se o tratamento adequado não for feito e mesmo assim a ordem judicial não é atendida.

Rosicler da Cruz Oliveira, de 36 anos, morreu no dia 22 de fevereiro, em Confresa, a 1.160 km de Cuiabá. Ela ficou 10 dias internada no hospital municipal com dengue hemorrágica.

A tia dela, Neuza da Cruz, contou que os médicos recomendaram a transferência urgente para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da capital. Como isso não aconteceu, a família recorreu a Justiça e foi atendida por mais de uma vez.

“Nós entramos na Justiça, o juiz deu a primeira liminar, o estado não obedeceu, deu a segunda, e também não obedeceu, na terceira liminar que o juiz concedeu, não adiantava mais porque nesse dia ela morreu. É muito doloroso porque ela tem 36 anos, deixou dois filhos pequenos e morreu por falta de atendimento médico”, disse.

InformaMT/G1

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