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Por 15 votos contra 1, os vereadores aprovaram o projeto de lei que estabelece o “Dia do Orgulho Hétero” no terceiro domingo de dezembro em Cuiabá. De autoria do vereador tenente-coronel Paccola (Cidadania), o texto foi apreciado em primeira votação na sessão extraordinária desta terça-feira (21).
Na proposta, Paccola alegou que a Constituição Federal estabelece o princípio da igualdade e que “tal garantia não pode ser restrita às minorias”. Antes de iniciar a votação, o militar ainda acrescentou que o projeto visa defender os valores da família tradicional.
“Essa propositura visa exclusivamente atender ao anseio de uma pauta que eu defendo: os valores conservadores e a manutenção do modelo tradicional de família. Nós temos a convicção que o parlamento vai dar seguimento na aprovação”, argumentou.
Na sequência, vereadora Michelly Alencar (DEM) também saiu em defesa do “Orgulho Hétero”. Evangélica, a parlamentar saiu em defesa da manutenção dos direitos conservadores.
“Parabéns pelo projeto vereador Paccola. Eu estava bem insegura em votar. Mas ouvindo as motivações, explicações, eu confesso que me representa e pode contar com meu apoio. Não quero levantar polêmicas e eu já me manifestei favorável. Está claro que nós não estamos contra ninguém, diminuindo ninguém, mas sim trazendo um dia de valorização a aquelas que acreditam nos valores conservadores”, complementou.
A única contrária foi a vereadora Edna Sampaio (PT). Ao repudiar a proposta, a parlamentar afirmou que não existe a necessidade de criar um dia de orgulho para uma categoria que já privilegiada por ser o “padrão normativo da sociedade”.
Ela ainda esclareceu aos colegas, que o mesmo não ocorre com a comunidade LGBTQIA+, que possui o dia da diversidade para lutar contras os preconceitos da sociedade e os atos de violência e assassinatos que sofrem diariamente.
“O hétero tem todos os dias para eles, é o padrão normativo da nossa sociedade. Agora para as pessoas LGBTS poderem gostar de si próprias, elas inventaram a luta pelo seu próprio orgulho. Do mesmo modo que é impensável você colocar numa sociedade o dia da pessoa branca. Hora, elas já têm todos os dias do ano e tem privilégios que as pessoas negras não tem. Qual é o orgulho de ser hétero numa sociedade que as pessoas são mortas por não ser hétero, por borrarem os limites entre o homem e a mulher. O problema é sobrevalorizar quem já é valorizado”, finalizou.
Veja como votou cada vereador:
Favoráveis
Tenente-coronel Paccola
Paulo Henrique
Luiz Fernando
Cezinha Nascimento
Demilson Nogueira
Dilemário Alencar
Eduardo Magalhães
Maria Avalone
Michelly Alencar
Pastor Jefferson
Mário Nadaf
Sargento Joelson
Sargento Vidal
Rodrigo de Sá
Adevair Cabral
Contrários
Edna Sampaio
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