InformaMT
Cerca de 1.600 profissionais da enfermagem foram às ruas nesta quarta-feira (2), em Cuiabá, segundo o Conselho Regional de Enfermagem do Mato Grosso (Coren), para manifestar e pedir aprovação do Projeto de Lei 2.564/2020, que tramita no Senado Federal e institui o piso salarial nacional para a categoria e estabelece a carga horária de 30 horas semanas.
Os manifestantes saíram da Praça Alencastro, em frente à prefeitura, e percorreram as avenidas do Centro de Cuiabá.
O movimento tem como objetivo pressionar o andamento do projeto de lei e chamar atenção dos parlamentares mato-grossense para votarem a favor da aprovação do piso salarial.
A proposta prevê piso de R$ 7.315 para enfermeiros, R$ 5.120 para técnicos e R$ 3.657 para auxiliares.
De acordo com Rodrigo Machado, conselheiro-tesoureiro do Coren, a média salarial dos enfermeiros em Mato Grosso, atualmente, é de R$ 2,8 mil, dos técnicos de enfermagem é de R$ 1,6 mil e dos auxiliares é de R$ 1 mil.
Ele destaca que a carga horária atual extrapola a razoabilidade, visto que muitos profissionais precisam trabalhar em mais de um local para aumentar a renda.
“A aprovação desse projeto vai beneficiar não só a categoria, mas também toda a população. Hoje os profissionais, que já atuam há mais de um ano na linha de frente contra a Covid-19, estão exaustos e não conseguem se dedicar exclusivamente”, explica.
O PL tramita no Senado Federal, com apoio da maioria dos senadores. Embora tenha recebido parecer favorável da relatora senadora Zenaide Maia (PROS RN), e tramite com pedido de urgência para votação, assinado pela maioria dos parlamentares, o projeto não entrou em pauta.
O presidente da Casa de Leis, Rodrigo Pacheco (DEM/MG), negou a urgência e ainda não decidiu quando o piso será votado.
O presidente do Coren/MT, Antônio César Ribeiro, afirma que estão diante de uma briga política.
“De um lado os trabalhadores da saúde sobrecarregados, exaustos e desvalorizados, do outro interesses econômicos de vários políticos para que o projeto não seja votado. Inclusive, há muitas lideranças que são contrárias à valorização da enfermagem, à nossa essencialidade no processo de cuidar da saúde da sociedade. Por constituirmos segunda maior categoria profissional em atividade no país, com mais de 2 milhões de trabalhadores, a lógica está na consideração do ônus ao setor público e ao prejuízo no setor privado com a aprovação do PL. Somos trabalhadores e o custo operacional na prestação do serviço de saúde não pode prescindir da nossa ação profissional. Não podemos aceitar esta situação e vamos continuar nos posicionando”, disse o presidente do Coren-MT, Antônio César Ribeiro.
Segundo o Coren, 54 profissionais da enfermagem perderam suas vidas por causa da Covid-19 desde o início da pandemia. A maior parte atuava na linha de frente.
Atualmente, 32 mil profissionais da enfermagem atuam em Mato Grosso.
InformaMT/G1