As operadoras de telefonia cogitam acionar o Ministério da Justiça para formar uma força-tarefa com autoridades de segurança pública estaduais que resolvam o sequestro de antenas de celular.
Os últimos levantamentos das empresas mostram que o problema existe em ao menos seis estados, com liderança de Rio de Janeiro e São Paulo. Mas há relatos de episódios em Minas Gerais, Bahia, Pará e Espírito Santo.
Estima-se que, diariamente, cerca de 160 mil moradores no Rio de Janeiro fiquem sem sinal das principais teles. Há registros em ao menos dez localidades no entorno da capital fluminense. Entre eles estão São Gonçalo, Duque de Caxias, Belford Roxo e Volta Redonda.
O problema não é novo, mas vem se agravando nos últimos quatro anos.
Segundo executivos das empresas, facções criminosas no Rio de Janeiro chegaram a cobrar R$ 1 milhão pela devolução de uma torre confiscada.
Para tentar reavê-la, a empresa acionou um líder comunitário, que fez a intermediação com o comando da milícia naquele local da capital fluminense.
Ao chegarem lá, descobriu-se que a torre estava em uma área de fronteira, pertencente ao Comando Vermelho. Sem negociação, a antena continuou desligada. Nela, foi instalada estrutura clandestina de outra companhia, ligada à facção, que atendia a comunidade.
Os nomes foram preservados por questões de segurança.
Recentemente, as teles firmaram parceria com o poder público para combater o roubo de cabos, outro gargalo no setor. O Rio de Janeiro, que liderava esse ranking, caiu para nono lugar, segundo empresas do setor.
A ideia agora é atacar o problema do sequestro das antenas. Por lei, essas torres devem ser mantidas em funcionamento e com a devida manutenção. Na Anatel, isso já se tornou um impasse. Diante dos reiterados descumprimentos de metas de qualidade nessas infraestruturas, a agência aplica sanções.
Com Stéfanie Rigamonti
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noticia por : UOL