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quarta-feira, fevereiro 12, 2025

Governo Trump prende 11 mil imigrantes ilegais e pressiona por mais detenções


Consolidado das prisões, realizadas em operações em diversas cidades dos EUA, foi confirmado pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. Esforços do Serviço de Imigração americano integram políticas anti-imigração de Trump. Agentes federais fazem operação para prender imigrantes ilegais nos Estados Unidos, em 26 de janeiro de 2025
REUTERS/Rebecca Noble
Ao menos 11 mil imigrantes ilegais foram presos desde o início do governo Trump, segundo a Casa Branca. Não se sabe quantos desses são brasileiros.
O número, que corresponde ao período entre 23 de janeiro, início das operações, e 9 de fevereiro, foi revelado pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, na última segunda-feira (10) durante quadro semanal de atualização nas redes sociais da Casa Branca chamado “Minuto Maga”.
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As operações para prender imigrantes ilegais, realizadas em cidades de diversos estados dos EUA, fazem parte das políticas anti-imigração aplicadas por Donald Trump já no início de seu governo, em 20 de janeiro. Prisões foram registradas em operações do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) em Chicago, Nova York, Newark —cidade de Nova Jérsei conurbada com Nova York— e Los Angeles, conhecidas como “cidades-santuário”.
Essas operações são lideradas pelo ICE em coordenação com outras agências federais em diversas cidades americanas, como o FBI, o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF), a agência antinarcóticos (DEA), o escritório local da ICE e o Serviço de Delegados dos EUA.
Segundo o ICE, as “operações direcionadas de aplicação da lei” são “prisões planejadas de estrangeiros imigrantes ilegais criminosos conhecidos e que representam uma ameaça à segurança nacional ou à segurança pública”.
O governo dos EUA tem revelado a identidade de alguns dos presos, chamados de “piores primeiros [imigrantes ilegais a serem presos]”, e especificado os crimes pelos quais foram cada um foi condenado. É o caso do brasileiro Vitor de Sousa Lima, condenado por homicídio culposo e preso em Boston em janeiro.
Não se sabe quantos desses 11 mil presos são brasileiros. O g1 entrou em contato com o ICE nesta semana para solicitar essa informação e tirar dúvidas sobre as operações de prisão de imigrantes, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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O número total de presos pode ser maior. As informações sobre as prisões são limitadas e os informes do ICE, divulgados em sua maioria nas duas primeiras semanas do governo Trump, não deixam claro se todos os imigrantes presos estão em situação ilegal. Ainda segundo números divulgados pelo ICE até o início de fevereiro, cerca de 6.500 outros pedidos de mandados de prisão foram protocolados.
Cerca de 11 milhões de imigrantes estão nos EUA em situação ilegal ou com status temporário, segundo estimativas do início de 2022 do governo dos EUA. Atualmente, o número pode estar na casa dos 14 milhões.
Pressão do governo Trump para aumento de prisões
Trump não está feliz com os números de prisões, e ainda na primeira semana de governo estabeleceu uma meta diária de 1.200 a 1.500 prisões. Segundo os informes diários disponibilizados pelo ICE, esse número chegou perto da meta apenas uma vez, no dia 26, quando 1.179 detenções foram realizadas. O montante de 11 mil prisões nos 18 primeiros dias de operações, divulgado pela Casa Branca, fica abaixo da meta.
Como consequência, dois altos funcionários do ICE foram transferidos na terça-feira (11) em meio a pressões do governo Trump pelo aumento drástico das prisões. As realocações de Russell Hott e Peter Berg, os dois funcionários mais graduados da divisão de fiscalização do ICE, foram confirmadas nesta quarta (12) pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, que as chamou de “cultura de responsabilidade” necessária na agência.
“Temos um presidente, um secretário do DHS e o povo americano que, com razão, exigem resultados, e nossa liderança no ICE garantirá que a agência entregue os resultados”, afirmou a porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, em comunicado.
No final de janeiro, o “czar da fronteira” de Trump, Tom Homan, afirmou que as operações de prisão de imigrantes e as deportações em massa restavam apenas no começo. Homan também reclamou do número de detenções e pediu “muitas mais deportações”.
“É um grande começo, mas não terminamos. Precisamos de mais deportações, muitas mais. E estamos trabalhando nisso”, afirmou Homan em entrevista à TV americana “Fox News”.
Enquanto as prisões aumentaram no final de janeiro para 800 a 1.200 por dia, a fiscalização diminuiu em fevereiro à medida que os centros de detenção ficaram cheios e as equipes adicionais de fiscalização retornaram para casa, disseram três fontes à agência de notícias Reuters.
O diretor interino do ICE, Caleb Vitello, continua sob pressão para aumentar as prisões e deportações enquanto libera menos pessoas da custódia na próxima semana, disse uma das fontes à Reuters.
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Fonte: G1

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