Ao longo deste sábado (19), 30 toneladas de óleo foram retiradas das praias de Pernambuco. Com este balanço, o estado teve mais de 50 toneladas de óleo retiradas do litoral desde a quinta-feira (17). Para o domingo (20), a expectativa é de um sobrevoo pela manhã para monitorar o possível aparecimento de novas manchas (veja vídeo acima).
O trabalho mobilizou cerca de 200 funcionários do governo. O estado também contabiliza a participação de outras 350 pessoas, entre voluntários e técnicos de prefeituras das cidades litorâneas.
“É o terceiro dia consecutivo que conseguimos fazer retirada de manchas em alto-mar. Hoje também avançamos na coleta de resíduos, porque o governo contratou empresas para recolher o material. No domingo, vamos sobrevoar a costa para continuar o monitoramento”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti.
A mancha mencionada por Bertotti foi localizada neste sábado (19) por meio de um sobrevoo feito pelo litoral pernambucano durante a tarde. O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, major Olivaldi Azevedo, informou ter visto uma mancha de óleo no mar, nas proximidades da praia de Muro Alto. “Conseguimos isolar a mancha em alto-mar, por volta das 15h”, afirmou.
Além do recolhimento do resíduo, também foram colocadas barreiras de contenção para impedir a entrada de óleo na foz dos rios Persinunga, Maracaípe, Mamucabas e Una.
Neste sábado, fragmentos de petróleo também foram encontrados nas seguintes praias: Reduto, em Rio Formoso; Boca da Barra, em Tamandaré; Barra de Sirinhaém, em Sirinhaém; Mamucabinhas, em Barreiros; Pontal de Maracaípe, em Ipojuca; Cupe, em Ipojuca; Muro Alto, em Ipojuca. A Prefeitura de Ipojuca informou que também foram atingidas as praias de Serrambi e Enseadinha.
Também houve manchas de óleo encontradas nos estuários dos rios Formoso, em Tamandaré; Persinunga, em São José da Coroa Grande; Mamucabas, em Barreiros; e Maracaípe, em Ipojuca.
“As praias estão limpas fisicamente, mas é preciso fazer uma análise química da água e da areia para que a gente consiga ter a certeza de que o ambiente está próprio para banho”, afirma o superintendente de conservação de biodiversidade da secretaria de Meio Ambiente de Pernambuco, Maurício Guerra.
Outro problema citado pelo governo estadual é a ausência de orientações do governo federal diante do aparecimento de óleo nas praias. “Temos nove estados nordestinos. Os contatos que tenho com outros estados são através de iniciativa nossa, mas não chegam informações coordenadas do governo federal. O maior problema é que ainda não há notícias sobre a origem desse material. A tendência pode ser de aumento no número de praias”, afirma Bertotti.
Tratamento de resíduos
De acordo com o governo do estado, os resíduos estão sendo levados para o Centro de Tratamento de Resíduos Pernambuco, em Igarassu, no Grande Recife. Segundo o Ibama, a orientação é de que o material seja encaminhado a empresas fabricantes de cimento.
“A orientação é de que o CTR em Igarassu encaminhe esse material para cimenteiras em Pernambuco. Esse trabalho já é feito, mas em menor escala, porque nunca havíamos tido uma quantidade tão grande de resíduo”, explica o secretário estadual de Meio Ambiente, José Bertotti.