VIVA BEM/UOL
A Anvisa aprovou o uso da tirzepatida, medicamento de nome comercial Mounjaro, para tratamento da obesidade. A decisão foi publicada no Diário Oficial de hoje. Antes dessa regulamentação, o remédio tinha aprovação do órgão para tratar diabetes tipo 2, e o uso para tratar sobrepeso e obesidade era feito de forma off label (que não consta na bula).
Mounjaro vira mais uma opção para o controle do peso, junto com atividade física e dieta de baixa caloria, em pacientes adultos com IMC (índice de massa corpórea) maior ou igual a 30 (obesidade), ou maior ou igual a 27 (sobrepeso) com pelo menos uma comorbidade associada ao peso, como hipertensão, colesterol alto ou pré-diabetes.
>>> Clique aqui e receba notícias de MT na palma da sua mão
A aprovação da tirzepatida foi baseada nos resultados do programa SURMOUNT, um conjunto de sete estudos clínicos de fase 3 que recrutou mais de 20 mil pacientes em todo o mundo.
No SURMOUNT-1, estudo com duração de 72 semanas e que recrutou cerca de 2.500 adultos com obesidade ou sobrepeso e uma comorbidade associada, com exceção de diabetes, as pessoas que utilizaram Mounjaro associado à dieta e exercício, apresentaram uma perda de peso superior quando comparado ao placebo.
Na dose mais alta do tratamento (15 mg), indivíduos perderam, em média, 22,5%, enquanto na dose mais baixa (5 mg), perderam, em média, 16% (em comparação com 0,3% no placebo)1.
Além disso, cerca de 40% dos participantes que usaram Mounjaro perderam mais de 40% do peso corporal total, em comparação a 0,3% do grupo placebo. Os participantes do estudo que conciliaram o uso de Mounjaro à dieta e exercício observaram mudanças no colesterol e reduções na pressão arterial e na medida da cintura.
Já no estudo SURMOUNT-5, que foi recentemente publicado no The New England Journal of Medicine, foram avaliadas a segurança e eficácia de Mounjaro vs semaglutida, agonista dos receptores de GLP-1, em adultos com obesidade ou sobrepeso, sem diabetes, e com pelo menos uma comorbidade relacionada à obesidade.
No desfecho primário, os participantes tratados com Mounjaro alcançaram uma redução média de peso de 20,2% em comparação a 13,7% com a semaglutida, em 72 semanas, ou seja, uma perda de peso relativa 47% maior. Em média, os pacientes em uso de Mounjaro perderam 22,8 kg, enquanto os que estavam em uso de semaglutida perderam 15 kg.
“Infelizmente, apesar das evidências científicas contrárias, a obesidade é frequentemente vista como uma escolha de estilo de vida —algo que as pessoas deveriam gerenciar por si mesmas. Durante décadas, dieta e exercício foram as únicas opções de tratamento, mas nem todos os pacientes conseguem perder peso apenas com essa abordagem. Graças a todos os estudos recentes, agora sabemos que o próprio corpo pode responder a uma dieta de déficit calórico aumentando a fome e reduzindo a sensação de saciedade, ou seja, o próprio metabolismo do paciente dificulta a perda de peso e facilita o reganho”, explica Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly do Brasil, fabricante do medicamento.
Mounjaro no Brasil
O medicamento está sendo comercializado no Brasil desde maio de 2025 e, neste momento, estão disponíveis no mercado nacional nas concentrações de 2,5 mg e 5 mg. A partir de junho, o medicamento só será vendido com retenção de receita nas farmácias. É importante o acompanhamento médico para todo tratamento de saúde.
O medicamento faz parte do Programa Lilly Melhor Para Você pelo preço máximo de R$ 1.406,75 (2,5 mg) e R$ 1.759,64 (5 mg) no e-commerce e R$ 1.506,76 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5 mg) nas lojas físicas. Já as compras realizadas fora do programa terão os valores máximos de R$ 1.907,29 (2,5 mg) e R$ 2.384,34 (5 mg), considerando a alíquota de 18% de ICMS.
A tirzepatida é disponibilizada em caneta autoinjetora de dose única, em embalagens contendo quatro canetas, equivalente a um mês de tratamento.
FONTE : ReporterMT