sábado, 7, junho , 2025 05:22

Brasil precisa perder espírito de vira-lata para protagonizar agenda climática, diz CEO da COP30

Ana Toni, CEO da COP30 (conferência do clima das Nações Unidas), afirmou que o Brasil precisa perder a síndrome de vira-lata para aproveitar as oportunidades proporcionadas pelo evento, que será realizado em novembro, em Belém, e, assim, protagonizar a agenda climática global.

Ela participou nesta quinta-feira (5) do primeiro dia do Brazil Climate Investment Week, que reúne até sexta (6), em São Paulo, investidores em soluções climáticas. Toni destacou que a conferência deixará um legado positivo ao Brasil, entre eles a visibilidade à amazônia e à sua população.

“A COP traz, se a gente não perder o espírito de vira-lata, uma oportunidade grande para o Brasil”, disse. “Belém deveria ser uma cidade que todos nós temos orgulho, é o coração da amazônia. A gente não está escondendo o Brasil, nem seus problemas.”

Em seu discurso, a CEO destacou que o país possui um grande potencial para a sociobiodiversidade. Para ela, todos os setores, sociedade civil, setor privado e Estado, precisam trabalhar juntos para uma mudança positiva na agenda climática.

“O Brasil fez um pacto pela transformação ecológica, um plano de 50 anos. Que bom que a COP está sendo uma oportunidade para a gente ter esse debate também. E acho, principalmente, a gente precisa olhar com muito carinho para os nossos diversos biomas e os diversos grupos que compõem a nossa sociedade e valorizá-los”, ponderou.

Toni também citou os prejuízos causados pelos eventos climáticos extremos, que afetou toda a população em geral, principalmente os mais vulneráveis. Ela reforça a importância do Brasil investir em adaptação climática para evitar mais danos e perdas de vidas em desastres naturais.

“No desastre do Rio Grande do Sul, quem pagou foram as pessoas, que perderam suas casas, seus negócios. Muitas dessas pessoas não têm cobertura de seguros, nem público, nem privado. Para as empresas, o seguro é o Estado, que acabou tendo que desembolsar quase R$ 100 bilhões”, frisou.

“Nós estamos muito acostumado no Brasil a fazer a gestão do desastre, e fazemos até que razoavelmente bem. Mas agora, temos que fazer melhor a gestão da prevenção, principalmente por causa da mudança do clima”, acrescentou.

Toni ressaltou, ainda, que nenhum país está fora de controvérsias quando o assunto é transição energética. À Folha, ela lamentou os ataques proferidos à ministra Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, no fim de maio, e reforçou a importância de dialogar o tema de forma séria.

“A Noruega, por exemplo, tem nos apoiado no Fundo da Amazônia. Esses recursos, infelizmente, estão vindo muito do petróleo. Isso não justifica explorar ou não explorar, mas a gente precisa é de um debate maduro sobre como vamos fazer a transição para o fim dos combustíveis fósseis”, finalizou.

noticia por : UOL

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