Em seu primeiro mandato, Trump argumentou que o TPI não tem “jurisdição, legitimidade ou autoridade” nos EUA, e nem os EUA nem Israel são partes do chamado Estatuto de Roma, que estabeleceu o tribunal.
Agora, a decisão vai além. “O TPI foi projetado para ser um tribunal de última instância. Tanto os Estados Unidos quanto Israel mantêm sistemas judiciários robustos e nunca deveriam estar sujeitos à jurisdição do TPI.”
Em novembro, corte emitiu um mandado de prisão contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, indicando que existe “base para acreditar” que ele é responsável por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Um dos chefes do Hamas, Mohamed Deif, também foi alvo de um mandado de prisão, bem como Yoav Gallant, ex-ministro da Defesa de Israel.
Trata-se do primeiro caso concreto de uma ação legal contra um aliado do governo americano, desde que a corte foi criada há pouco mais de 20 anos. No início do ano, a Corte Internacional de Justiça já havia ordenado Israel a tomar medidas para evitar um genocídio em Gaza.
Israel chegou a pedir anulação do caso, pedindo que fosse arquivado, mas a Câmara de Pré-Julgamento negou o recurso.
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Netanyahu acusou a decisão do TPI de ser “absurda e falsa mentira” e “antissemita”. Segundo ele, o país “não cederá à pressão, não será dissuadido e não recuará até que todos os objetivos de guerra de Israel sejam alcançados”.
Ministro da segurança israelense Ben-Gvir ainda sugeriu que, diante da decisão, Israel deva anexar a Cisjordânia.
Segundo o procurador-geral da corte, Karin Khan, os crimes contra a humanidade acusados foram cometidos como parte de um “ataque generalizado e sistemático contra a população civil palestina segundo a política do Estado”. “Esses crimes, em nossa avaliação, continuam até hoje”, disse.
noticia por : UOL