segunda-feira, 12, maio , 2025 01:08

EUA e China anunciam acordo para reduzir tarifas temporariamente

Os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas, enquanto as duas maiores economias do mundo buscam encerrar uma guerra comercial prejudicial que tem alimentado temores de recessão e deixado os mercados financeiros em alerta.

Falando após conversas com autoridades chinesas em Genebra, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que os dois lados concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas e que as tarifas seriam reduzidas em mais de 100 pontos percentuais para uma taxa básica de 10%.

“Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais”, disse Bessent nesta segunda-feira (12). “Ambos temos interesse em um comércio equilibrado, os EUA continuarão avançando nessa direção.”

O dólar subiu frente às principais moedas e os mercados se recuperaram após a notícia, o que ajudou a aliviar as preocupações sobre uma desaceleração econômica desencadeada no mês passado pela escalada de medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, destinadas a reduzir o déficit comercial americano.

Bessent falou ao lado do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, após as conversas do fim de semana na Suíça, nas quais ambos os lados celebraram o progresso na redução das diferenças.

“O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum lado quer um desacoplamento”, disse Bessent. “E o que ocorreu com essas tarifas muito altas foi o equivalente a um embargo, e nenhum lado quer isso. Nós queremos comércio.”

As reuniões de Genebra foram as primeiras interações presenciais entre altos funcionários econômicos dos EUA e da China desde que Trump retornou ao poder e lançou uma ofensiva tarifária global, impondo taxas particularmente pesadas à China.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump havia aumentado as tarifas pagas pelos importadores americanos para produtos da China para 145%, além daquelas que ele impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e das taxas aplicadas pela administração Biden.

A China revidou impondo restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para fabricantes americanos de armas e produtos eletrônicos de consumo, e aumentando as tarifas sobre produtos americanos para 125%.

A disputa tarifária paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo cadeias de suprimentos, despertando temores de estagflação e provocando algumas demissões.

Os mercados financeiros foram impulsionados pelo recente degelo na guerra comercial, e os futuros das ações de Wall Street subiram à medida que as conversas aumentaram as esperanças de que uma recessão global pudesse ser evitada.

“Isso é melhor do que eu esperava. Pensei que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong.

“Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e faz com que os investidores fiquem muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo”, acrescentou Zhang.

Após as conversas de domingo, autoridades americanas anunciaram um “acordo” para reduzir o déficit comercial dos EUA, enquanto autoridades chinesas disseram que os dois haviam chegado a um “consenso importante” e concordado em lançar outro novo fórum de diálogo econômico.

Trump fez uma leitura positiva das conversas antes que elas fossem concluídas, dizendo que os dois lados haviam negociado “uma redefinição total… de maneira amigável, mas construtiva.”

O presidente dos EUA impôs as tarifas em parte após declarar uma emergência nacional devido ao fentanil que entra nos Estados Unidos, e Greer disse que as conversas sobre a redução do opioide mortal foram “muito construtivas”, embora em uma via separada.

O vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng foi menos categórico em suas declarações, mas ainda assim saudou o “progresso substancial” após as conversas realizadas na vila privada e cercada do embaixador suíço nas Nações Unidas, com vista para o lago Genebra.

noticia por : UOL

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