O ex-ministro sempre negou as acusações. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, depôs sobre o caso em outubro do ano passado, e outras vítimas também já prestaram depoimentos. Devido à sensibilidade do caso, a investigação tramita sob sigilo, com as identidades das vítimas preservadas.
“Estão me chamando de estuprador”, disse Silvio Almeida à delegada responsável pelo caso. “O papel desempenhado pela [ONG] Me Too Brasil é fundamental para criar esse perfil público que faz com que algumas pessoas estejam me chamando de estuprador”, diz Almeida. O depoimento teve duas horas de duração. Ele foi demitido do governo em setembro de 2024 após as acusações de assédio sexual. A informação foi publicada pela CNN Brasil e confirmada pelo UOL, que teve acesso ao vídeo de parte do depoimento.
Relatos de vítimas até o momento são considerados “robustos”. Fontes ligadas à investigação apontam que os elementos colhidos pela PF são bem detalhados e suficientes para embasar uma denúncia contra o ex-ministro por importunação sexual. A análise caberá à PGR (Procuradoria-Geral da República), depois do relatório final.
Críticas a ONG
O ex-ministro diz que escrivã de um dos depoimentos de uma das supostas vítimas o chamou de “filho da p…”. “Acho que a escrivã não percebe que está gravando e ela diz: ‘esse cara é um filho da…’. Como me trata desse jeito? Como é que ela me xinga desse jeito? Estou chocado, indignado, chateado, mas quero justiça”, afirma.
O ex-ministro acusa a ONG Me Too Brasil de “desrespeitar a autoridade policial”. “A Me Too não faz verificação de fatos, faz acolhimento. Como podem fazer nota de fulano de tal”, disse ele, se referindo à nota que foi divulgada confirmando que a organização havia recebido as denúncias.
noticia por : UOL