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Milhares de trabalhadores chegaram em Mato Grosso para ajudar na colheita da soja deste ano. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a colheita da soja é a que mais gera empregos no campo. Em 2020 foram gerados 13 mil postos de trabalho.
A previsão é de mais uma safra recorde, totalizando mais de 127 milhões de toneladas de soja colhidas no Brasil.
O operador de máquinas agrícolas Adriano Ferreira saiu de Engenheiro Beltrão, no Paraná, e desembarcou em Mato Grosso e já chegou empregado.
“Eu vim do Paraná para ganhar um pouco de dinheiro a mais, colher a safra e fazer um dinheiro. Em Engenheiro Beltrão eu fazia entrega em um supermercado e tirava R$ 2 mil por mês. Agora vim para cá para colher a soja. Dá para tirar de R$ 6 mil a R$ 7 mil nesses 40 dias”, afirma.
Sorriso, município que fica no médio-norte de Mato Grosso e detém a maior produção de grãos do país, recebe por ano cerca de 1.500 mil trabalhadores para a safra.
Além da mão de obra, as máquinas estão cada vez mais tecnológicas. Segundo o coordenador de Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, trabalhar no setor agrícola exige qualificação e quem ainda não se adaptou pode buscar capacitação no próprio campo.
“Aquela ideia do passado de que quando o trabalhador não tinha qualificação, ele ia para o campo, está mudando cada vez mais. O setor agropecuário exige do trabalhador uma qualificação muito forte”, afirma.
Uma colheitadeira, por exemplo, se movimenta via satélite. O operador monitora a rota definida para evitar uma árvore ou um animal no caminho.
O operador de máquinas Cristiano Barckhi Rizzatti conta que fez cursos para aprender a manusear as máquinas.
“Eu comecei como operador para aprender a mexer nas máquinas, fiz cursos para aprender. Eu ganhava de R$ 1.800 a R$ 2.500. Agora aqui vou ganhar R$ 8 mil. Além do salário tem alojamento, comida, água, e é tudo livre, não preciso me preocupar com comida”, afirma.
O agricultor Laercio Lenz contratou trabalhadores do Rio Grande do Sul, mas em período de pandemia, contratar pessoas de outros lugares para trabalhar acaba se tornando um risco. Por isso, os cuidados precisam ser redobrados.
“Procuramos primeiro o mercado local. As pessoas vêm de fora porque o mercado local não tem demanda. Não tem gente o suficiente para atender a essa época do ano que é muito forte, então as pessoas acabam vindo de outros estados. Cada um vai ficar no seu quarto, na sua colhedeira, no seu caminhão e procurar não misturar muito com as outras pessoas. Na alimentação cada um faz uma marmita e come separado para evitar o contágio dessas pessoas que vêm ou pessoas da própria fazenda”, afirma.
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