O presidente chileno Sebastián Piñera anunciou neste sábado (19) suspensão do aumento de 30 pesos (quase 20 centavos) na passagem de metrô na capital Santiago, medida que foi alvo de protestos em várias partes da cidade.
“Escutei com humildade a voz de meus compatriotas e não terei medo de seguir escutando esta voz. Vamos suspender o aumento nas passagens do metrô”, disse o presidente em uma transmissão.
Mesmo após a decisão, os confrontos entre manifestantes e a polícia seguiram. O general Javier Iturriaga, designado pelo presidente do país andino a comandar o estado de emergência declarado nesta madrugada, decretou toque de recolher na capital Santiago e na região metropolitana.
rasileiros no Chile
Brasileiros que residem na capital chilena relataram ao G1 clima de incerteza e uma “cidade muito vazia” em bairros não atingidos pelos protestos.
“O clima é todo mundo em casa, pouca gente na rua, tudo fechado quando deveria estar aberto, como o shopping, por exemplo”, disse o consultor paulista Luis Felipe Braga. “Ninguém pode usar o metrô e as pessoas têm medo de pegar ônibus porque já queimaram alguns veículos antes.”
A pesquisadora Ana França, que está de férias na cidade, disse que a locomoção está bastante prejudicada e citou o aumento nos valores das viagens em veículos chamados por aplicativo, que estão em “preço dinâmico”, por conta da alta procura.
O estudante de ciências políticas Nicolas Netto Souza esteve em alguns dos protestos e destacou que, após o decreto de estado de emergência, testemunhou “verdadeiros tanques de guerra” nas ruas e “metralhadoras equipadas.”