segunda-feira, 19, maio , 2025 07:18

Natal emite alerta sobre consumo de peixes após surto de intoxicação alimentar; entenda

A Vigilância Sanitária de Natal (RN) emitiu uma nota orientando a população sobre o consumo de pescados, após o município registrar um surto de intoxicação alimentar.

No último dia 6, 13 pessoas apresentaram sintomas suspeitos de ciguatera, quadro causado por uma toxina presente em algumas espécies de peixes, como garoupas, barracudas, moreias, arabaianas e badejos.

O caso aconteceu em um restaurante, durante um evento de médicos em que 35 pessoas estavam presentes. Segundo a Secretaria de Saúde, três pessoas precisaram ser hospitalizadas, sendo duas internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Os pacientes já receberam alta e passam bem.

Todos os presentes no evento estão sendo monitorados. Amostras do peixe servido, da espécie arabaiana, foram coletadas para análise no Laboratório Central de Saúde Pública de Natal.

A ciguatoxina é uma substância produzida por microalgas presentes em recifes de corais tropicais e subtropicais, especialmente no Caribe. Segundo o biólogo-marinho Marcelo Szpilman, há risco de letalidade a depender da quantidade ingerida.

“Os peixes herbívoros comem essa alga, que pode estar intoxicada. A toxina não é eliminada do organismo e vai se acumulando na cadeia alimentar, então um peixe carnívoro, de topo de cadeia, possui uma concentração muito maior da substância”, explica.

Os sintomas característicos de ciguatera podem ser gastrointestinais, como diarreia, náusea, vômito e dor abdominal, cardiovasculares, como frequência cardíaca mais lenta, bloqueio cardíaco ou pressão baixa, e ainda neurológicos.

“É muito comum aparecer uma sensação de sabor metálico na boca e inversão térmica, ou seja, a pessoa encosta no quente e sente frio e vice-versa”, afirma Mônica Lopes, especialista em peixes do Instituto Butantan.

Além disso, o paciente também pode ter dor de cabeça, formigamento, visão turva, coceira e dor muscular. O tratamento varia de acordo com os sintomas.

A pesquisadora do Butantan recomenda que a população evite se alimentar das espécies que podem estar contaminadas, principalmente da cabeça e da pele do peixe, onde costuma haver acúmulo da substância.

A nota da Vigilância Sanitária de Natal alerta que a ciguatoxina não tem cor, sabor ou cheiro e não pode ser eliminada pelo cozimento ou congelamento convencionais.

O município orientou que os restaurantes e estabelecimentos de alimentação restrinjam a oferta de pescados associados à substância. Os locais também deverão informar o nome das espécies usadas na preparação dos pratos no cardápio e guardar amostras dos peixes por até 72h.

Profissionais de saúde deverão notificar o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde da cidade em casos suspeitos.

Esta é a terceira vez que Natal registra um surto sugestivo de ciguatera em 2025. Em abril deste ano, sete pessoas de uma família tiveram sintomas característicos da doença após o consumo de peixe da espécie barracuda.

Outro caso já tinha sido registrado em fevereiro deste ano, quando três pessoas que se alimentaram da espécie arabaiana passaram mal.

Os resultados laboratoriais dos três episódios ainda não foram divulgados. Caso as análises deem positivo para a presença da ciguatoxina, serão sete surtos confirmados na capital potiguar desde 2022, quando foram registrados os primeiros casos.

noticia por : UOL

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