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quinta-feira, novembro 21, 2024

Mato Grosso perdeu 2 importantes líderes religiosos em 2020

Em 2020, Mato Grosso perdeu dois importantes líderes religiosos. Um deles vítima de covid-19 e outro por conta de problemas de saúde decorrentes da idade. Em julho, o pastor Sebastião Rodrigues partiu e seu enterro contou com carreata de milhares de evangélicos. Em novembro, o arcebispo emérito Dom Binifácio Picinici faleceu e o papa Francisco encaminhou telegrama de pesar pela perda.

Sebastião Rodrigues, 89, foi internado com covid-19 no fim de junho. Ele passou dias internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e apresentou melhoras, mas morreu em 8 de julho. O filho do religioso, também pastor, Rubens Siro de Souza, 69, também havia morrido vítima da doença 5 dias antes.

As mortes geraram grande comoção entre a comunidade evangélica mato-grossense. A Prefeitura de Cuiabá e o governo do Estado decretaram luto de 3 dias em memória do pastor. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) emitiu nota de pesar pela perda.

O enterro do pastor ocorreu em meio à polêmica por conta da aglomeração. O corpo seguiu em carreata partindo do Grande Templo, sede da Assembleia de Deus, até o cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá. Cerca de 5 mil fiéis participaram do cortejo, incluindo oo secretário de Ordem Pública, Leovaldo Sales, a quem o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) repreendeu por estar em multidão quando a recomendação era a não aglomeração. Ele classificou a atitude como “lamentável”.

Por conta da falta de atitude para inibir a multidão e descumprimento da quarentena obrigatória, prefeito e secretário foram multados por decisão do juiz da Vara Estadual da Saúde Pública de Mato Grosso, José Luiz Leite Lindote. Emanuel recebeu multa de R$ 200 mil e a Sales de R$ 100 mil.

Em 4 de agosto, a Assembleia de Deus definiu o pastor Silas Paulo de Souza como novo presidente. Ele é filho do pastor Sebastião e tem como vice Enésio Barreto Rondon.

Nascido em Minas Gerais, em 1931, o pastor foi batizado na Assembleia de Deus aos 17 anos. Em 1947 se casou com Nilda de Paula Souza, com quem teve 4 filhos: Silas, Rubens, Silene e Abílio.

Em 1974 o pastor se mudou para Cuiabá e assumiu a presidência da Assembleia de Deus. Foi sua responsabilidade a construção do Grande Templo, na avenida Historiador Rubens de Mendonça. Ele foi pioneiro na construção e implantação da Assembleia em cidades do interior e teve grande importância na fundação de municípios.

Em 28 de novembro, o arcebispo emérito de Cuiabá, Dom Bonifácio Picinini, morreu no Hospital Estadual Santa Casa, onde estava internado há uma semana. Ele foi hospitalizado depois de passar mal e apresentar oscilação na pressão. O quadro era considerado estável, mas houve complicações e ele faleceu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. O católico tinha 91 anos.

O dia 29 foi preenchido com missa a cada 2 horas na catedral Basílica Nosso Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Padres de todo o estado vieram participar do velório do religioso. O irmão, Severino Picinini, veio do Rio Grande do Sul para celebrar uma das missas e participar do ritual de sepultamento de Dom Bonifácio, que descansa na cripta da igreja, onde também estão enterradas outras 8 personalidades importantes para a história de Mato Grosso.

O enterro ocorreu no dia 30 e foi acompanhado por cerca de 2 mil fieis até que a tampa da cripta foi fechada. Emoção e lágrimas marcaram a despedida. O prefeito de Cuiabá participou da última missa antes do sepultamento. Foi decretado luto no estado e na capital pela perda.

Nascido em 1929, em Santa Catarina, Dom Bonifácio tornou-se padre em 1948 e presbítero em 1960, em ordenação na Itália. Nomeado arcebispo coadjutor de Cuiabá em 1975, recebeu a ordenação episcopal em Lavrinhas (SP) no dia 31 de agosto de 1975, assumindo em seguida sua função de arcebispo coadjutor. Sucedeu a Dom Orlando Chaves, como Arcebispo Metropolitano, em 1981. foi eleito Delegado às Conferências Episcopais Latino-americanas de Puebla (1979) e de Santo Domingo (1992). Se afastou das atividades como bispo em 2014, por conta da cidade.

Seu lema episcopal foi “Bonum facere parvulis” (fazer o bem aos pequeninos).

De acordo com o site da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora, Dom Bonifácio Picinini fez mestrado em Filosofia e Teologia pela Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, e em Letras Clássicas pela Faculdade Salesiana de Lorena.

Em 30 de novembro, o Papa Francisco encaminhou telegrama lamentando a perda do líder religioso.

“O Papa Francisco, tendo recebido com pesar a notícia do falecimento de Dom Bonifácio Piccinini, S.D.B., arcebispo emérito de Cuiabá, eleva sufrágios pelo seu eterno descanso, ao mesmo tempo que deseja manifestar suas condolências a comunidade arquidiocesana que foi guiada durante 23 anos por este dedicado pastor, enviando-lhes, como penhor de conforto e esperança em Cristo ressuscitado, a benção apostólica”, dizia a mensagem recebida do Vaticano.

FONTE: GAZETA

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