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Há quatro meses, 52 famílias estão “alojadas” no Ginásio Valdir Pereira, no bairro Mapim, em Várzea Grande, com futuro incerto e vivendo do assistencialismo concedido pela Prefeitura Municipal de Várzea Grande. O município alega que as famílias não têm “direito” a receber moradias e a questão está sendo debatida na Justiça Federal.
Os moradores estão alojados no ginásio municipal desde 16 de dezembro de 2020, em decorrência de processo de desapropriação das casas do Residencial Colinas Douradas, no bairro Tarumã, localizado nas imediações da Rodovia Mario Andreazza.
Ao VGN, o secretário de Desenvolvimento Urbano, Econômico e Turismo, Ricardo Azevedo, afirmou que eles invadiram o Residencial sem terem sido sorteados em programa habitacional, e que desta forma, não têm direito a receberem uma moradia por parte do município.
“Eles não podem furar fila. Eles não podem passar na frente de quem fez o cadastro e foi sorteado. Eles invadiram o Residencial que não foi entregue, não tendo participado do sorteio. Eles já foram informados que não têm qualquer direito habitacional”, explicou o gestor.
Segundo ele, caso a Prefeitura Municipal recupere casas abandonadas de conjuntos habitacionais já entregues ou entregue Residenciais que ainda estão sendo edificados, as famílias alojadas no Ginásio Valdir Pereira devem fazer inscrição e participar do programa como qualquer cidadão do município – sendo apenas inseridas na lista de pessoas prioritárias, como idosos, pessoas que moram em área de risco, entre outros.
Já a secretária de Assistência Social do município, Eliamara Araújo, afirmou ao VGN que enquanto não se define o futuro destas famílias, a Prefeitura seguirá concedendo assistência a eles, por meio de cestas básicas, material de higiene pessoal e álcool gel.
“Enquanto as famílias seguirem no Ginásio, estando em condição de vulnerabilidade, sem a casa, o município seguirá concedendo ao menos alimentação por tempo indeterminado a eles. A assistência será mantida para todos”, declarou a secretária.
Eliamara revelou que recentemente foram cadastrados em torno de sete pessoas que estão no Ginásio, no Plano de Ação para Emprego Solidário. “Foi uma forma de proporcionamos a eles condição melhor de subsistência dando uma oportunidade de emprego, mas infelizmente apenas sete pessoas quiseram participar. No mês que vem iremos fazer nova tentativa para cadastrar mais famílias. Nosso objetivo de ajudar eles com emprego, mas cabe eles se mostrarem dispostos a participar do programa”, disse a gestora.
Além disso, ela afirmou que em torno de 19 famílias que são dos seguintes municípios: Cuiabá, Poconé, Nossa Senhora do Livramento e Campo Verde; já foram comunicadas a deixarem o Ginásio e retornaram as suas cidades de origem, porém, eles alegam que não dispõem de condições para retornarem.
“Eles estão sabendo que devem retornar ao seu município de origem, mas eles alegam que não detêm recursos para fazer essa migração. Até por conta da pandemia. Então eles seguirão aqui recebendo toda a assistência necessária”, finalizou.
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