A diferença entre as duas cotações, que chega perto de 50%, pressiona os preços, enquanto as autoridades obrigam os comércios a aderirem à taxa de câmbio oficial sob ameaças de fechamento e multas.
Essa divergência já havia começado no segundo semestre de 2024, em torno de 20%, mas o fenômeno se agravou após a decisão do governo de Donald Trump de revogar a licença da petrolífera americana Chevron para operar na Venezuela, apesar das sanções, concordam os especialistas. A empresa de energia tem até 27 de maio para permanecer no país caribenho.
“O anúncio” da saída da Chevron “gerou imediatamente grande preocupação”, disse à AFP César Aristimuño, diretor da consultoria Aristimuño Herrera & Asociados.
Isso levou a um aumento na demanda por dólares, com os venezuelanos buscando proteger suas economias em um momento em que a oferta no mercado formal diminuiu. “Hoje, temos uma demanda que excede em muito a oferta”, ressalta Aristimuño.
“Está nos afetando”, lamenta Darwin Contreras, de 40 anos, vendedor de uma loja de roupas em Caracas. “Aumenta a comida, aumenta tudo”.
“É insuportável”, acrescenta o homem, que relembra a grave crise vivida durante os oito anos de recessão que assolaram o país entre 2013 e 2020, durante os quais a economia encolheu 80% e os venezuelanos enfrentaram a hiperinflação, que chegou a 130.000% em 2018, e uma aguda escassez de alimentos e medicamentos.
noticia por : UOL