sexta-feira, 9, maio , 2025 07:18

Como uma base familiar sólida conduz ao sucesso acadêmico

Em 1965, o falecido senador Daniel Patrick Moynihan (1927-2003) escreveu: “O papel da família na formação do caráter e das habilidades é tão abrangente que pode ser facilmente ignorado. A família é a unidade social básica da vida americana; é a unidade social básica. Em geral, a conduta adulta em sociedade é aprendida na infância.”

Sessenta anos depois, as palavras de Moynihan continuam ressoando, como demonstra um novo estudo de Nicholas Zill, do Institute for Family Studies (Instituto de Estudos da Família), organização dedicada à análise de dados sobre vida familiar e bem-estar infantil.

Ao investigar o fenômeno da “inflação de notas” — a crescente concessão de notas A (ou “excelente”) a alunos do ensino fundamental e médio, muitas vezes de forma imerecida, para agradar pais e administradores escolares — Zill constatou também que estudantes criados em lares conjugais estáveis têm maior probabilidade de alcançar essas notas do que aqueles criados em famílias monoparentais, com padrastos, em coabitação informal, ou sob tutela de parentes ou terceiros.

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Isso não é surpreendente, como Moynihan apontou tão eloquentemente, porque a estrutura familiar é talvez o fator mais importante para o sucesso, ou insucesso, de uma criança na vida.

Sem essa estrutura, as crianças sofrem. Até Rahm Emanuel, o ex-prefeito liberal de Chicago, entende isso. Após um fim de semana particularmente violento em sua cidade, ele disse:

Isso pode não ser politicamente correto, mas eu conheço o poder que a fé e a família podem fazer… Nossos filhos precisam dessa estrutura.

Mas, infelizmente, políticos, ativistas e analistas sociais têm ignorado o papel fundamental que os pais casados ​​desempenham em ajudar seus filhos a terem sucesso na escola e na vida. O colapso da família nuclear na sociedade americana é, de fato, a principal razão pela qual o abismo entre os “ricos” e os “pobres” se alargou nos últimos 50 anos.

Robert Rector, da Heritage Foundation, entidade conservadora de pesquisa em políticas públicas, destacou isso quando escreveu em 2010 que o colapso do casamento e o aumento de nascimentos fora do casamento resultaram em uma sociedade de castas. Ele descobriu que, na metade mais alta da sociedade, casais casados ​​com ensino superior criam os filhos, enquanto na metade mais baixa, há filhos criados por mães solteiras com ensino médio ou menos.

E, como mostra o estudo de Zill, essa desigualdade só aumentou. De 1996 a 2019, a probabilidade de uma criança de família intacta ter desempenho acadêmico superior à de uma criança de família fragmentada passou de 1,45 para 1,68 — uma mudança estatisticamente significativa. Nesse período, 60% das crianças de famílias casadas recebiam majoritariamente notas A, contra 47% das oriundas de lares não estruturados.

Melhores notas significam mais oportunidades — seja para ingressar no ensino superior ou competir por boas vagas no mercado de trabalho. Já notas mais baixas tendem a perpetuar um ciclo de estagnação econômica e fragilidade social que afeta amplamente os jovens hoje em dia.

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Reforçando as palavras proféticas de Moynihan sobre a influência da família no comportamento adulto, Zill também identificou que crianças criadas em lares instáveis apresentam maior incidência de problemas disciplinares do que aquelas vindas de lares conjugais.

Ele relata que pais ou responsáveis ​​por alunos criados em famílias não casadas ou fragmentadas eram mais propensos a receber e-mails sobre problemas escolares e de conduta do que aqueles de famílias casadas.

Famílias fragmentadas também impactam negativamente o funcionamento geral das escolas. O jornalista e comentarista político George Will talvez tenha resumido isso da forma mais precisa: “O melhor indicador do desempenho de uma escola é a qualidade da vida familiar da qual as crianças provêm”.

Ele afirma que isso inclui a qualidade e a quantidade de material de leitura a que as crianças têm acesso em casa, a quantidade de entretenimento eletrônico a que as crianças são submetidas, a quantidade de tarefas de casa realizadas e, em suas palavras, “o mais importante — o número de pais em casa”.

Ele conclui: “A desintegração familiar é o fato persistente que limita severamente a eficácia até mesmo das melhores políticas educacionais”.

Pais casados ​​tendem a se envolver mais na educação e na vida dos filhos em geral, e quando os pais estão envolvidos, as crianças têm mais chances de sucesso.

As crianças não podem se beneficiar do envolvimento dos pais em sua educação se não houver um dos pais capaz de se envolver — seja porque o pai ou a mãe está ausente ou porque um pai solteiro está lutando para manter a casa funcionando em um nível básico e não tem tempo ou espaço mental para se envolver intensamente na educação do filho.

As crianças precisam de estrutura — a estrutura que as famílias casadas oferecem. Se quisermos que todas as crianças tenham sucesso, e não apenas aquelas que crescem em lares estáveis, será necessário um compromisso renovado, de alcance nacional, com a restauração, preservação e fortalecimento da família e da parentalidade responsável.

É assim que a mobilidade ascendente, em vez de descendente, ocorrerá e criará cidadãos produtivos, juntamente com escolas melhores e mais eficazes, no futuro.

Timothy Goeglein é vice-presidente de relações institucionais da organização Focus on the Family. É autor, com Craig Osten, do livro “American Restoration: How Faith, Family, and Personal Sacrifice Can Heal Our Nation” [Restauração Americana: Como fé, família e sacrifício pessoal podem curar nossa nação]

©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: How Family Structure Leads to Academic Success

noticia por : Gazeta do Povo

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