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O preço dos materiais de construção em Mato Grosso aumentou até 161% nos últimos 12 meses. Os dados são do Sindicato das Indústrias da Construção de Mato Grosso (Sinduscon) e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo o levantamento, os 25 itens que compões a lista de materiais que fazem parte do cálculo do Custo Unitário Básico por metro quadrado (CUB/m²) tiveram aumento. Entre os produtos, os que mais encareceram foram o aço, com um aumento de 161%, o fio de cobre antichama, com 103% e a placa de gesso liso, com 97% de acréscimo no custo.
Outros materiais que tiveram aumentos expressivos foram:
- Tubo de PVC-R para esgoto (87%)
- Esquadria de correr (74%)
- Bloco cerâmico para alvenaria (67%)
- Vidro liso transparente (61%)
- Janela de correr (46%)
- Telha (43%)
- Tinta látex PVA (38%)
- Cimento (30%)
- Disjuntor (20%)
O preço da mão de obra com pedreiro também encareceu, registrando aumento de 3% nos últimos 12 meses. Já para o pagamento do servente, o aumento foi de 1%.
Custos com engenheiro aumentou 0,36%. Já a locação de uma betoneira, ficou 92% mais cara.
De acordo com Pedro Máximo, coordenador do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), o auxílio emergencial acabou gerando uma renda maior e impactou em um grande volume de insumo na economia.
“Somando a isso, a pandemia levou as pessoas a ficarem mais em casa, o que as levou a começarem investir mais em reforma e em melhorar a casa, o que acabou gerando uma oferta não planejada de matéria prima e serviços para construção civil”, explica.
Esse aumento de demanda influenciou no encarecimento do custo para construir, como aconteceu com aço, material que teve acréscimo de 161%.
“De todo o aço que é produzido no estado, 90% é para o mercado interno. Antes havia concorrência de outros estados, para mandar o produto para Mato Grosso, o que reduzia o preço. Quando a demanda do Brasil inteiro por construção cresceu, o frete já passou a não compensar mais, a corrida pelos insumos em outros estados está muito grande. Quem começou a abastecer Mato Grosso foi o próprio estado. Quando há esse perfil de ‘auto abastecimento’ e há uma alta demanda, a tendência é que o preço suba”, afirma.
Além disso, ele afirma que também houve aumento nos insumos para a produção desses materiais, como as indústrias de concreto do estado também sentiram.
Segundo Pedro, os preços só irão cair quando a pandemia e os impactos econômicos forem controlados.
“Precisamos de um projeto de recuperação da economia. Seja por redução tributária, ou através de uma reforma administrativa ou de política fiscal. Tendo esse cenário, acredito que indicadores que são mais sensíveis à formação de preço, como a desvalorização do real, irão fazer com que os preços caiam e o mercado encontro um novo equilíbrio”, diz.
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