quarta-feira, 14, maio , 2025 08:43

Velório de Pepe Mujica começa nesta quarta-feira e será aberto ao público


Cortejo com o corpo do ex-presidente do Uruguai sairá da sede da Presidência e seguirá até o Palácio Legislativo. Público terá cerca de 24 horas para se despedir de Mujica. Mujica foi ícone pop da esquerda e referência de vida simples; conheça trajetória
O corpo de José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, será velado a partir desta quarta-feira (14), em Montevidéu. A cerimônia será aberta ao público e durará pelo menos 24 horas, segundo as autoridades.
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Mujica morreu na terça-feira (13), aos 89 anos, após meses de luta contra um câncer no esôfago. No início da semana, a mulher dele revelou que o ex-presidente estava em estado terminal e recebendo cuidados paliativos.
A cerimônia de despedida de Mujica começará às 10h, com um cortejo que sairá do edifício da Presidência do Uruguai, passará pela sede do grupo político Movimento de Participação Popular e seguirá até o Palácio Legislativo.
Segundo a imprensa local, o velório será aberto ao público por volta das 15h desta quarta-feira. O jornal “El Observador” afirmou que o corpo do ex-presidente deve ser cremado na quinta-feira (15).
Em janeiro, em entrevista ao jornal “Búsqueda”, Mujica afirmou que gostaria de ser sepultado na chácara em que morava, nos arredores de Montevidéu. Até a publicação desta reportagem, a família não havia divulgado mais detalhes sobre o funeral.
O governo do Uruguai decretou luto oficial de três dias.
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Ícone da esquerda e vida simples
Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai
Secretaria de Comunicação do Uruguai
José Alberto Mujica Cordano nasceu em Montevidéu, em 20 de maio de 1935. Nos anos 1960, tornou-se membro da guerrilha Movimento de Libertação Nacional – Tupamaros.
O grupo se notabilizou, antes da instalação da ditadura militar uruguaia, em 1973, por assaltar bancos e distribuir comida e dinheiro roubado aos pobres.
Durante sua atuação na clandestinidade, Mujica foi ferido quatro vezes em confrontos com forças policiais. Escapou duas vezes da prisão até ser recapturado definitivamente, em 1972.
Ao todo, ele passou 14 anos de sua vida atrás das grades e sofreu torturas. Em 1985, Mujica foi finalmente libertado após a promulgação de um decreto de anistia.
Ele entrou para a política institucional, ajudou a fundar o partido de esquerda Movimento de Participação Popular (MPP) e foi eleito deputado em 1994.
Cinco anos depois, chegou ao Senado e, em 2005, com a chegada a Presidência de seu correligionário Tabaré Vázquez (1940-2020), foi nomeado ministro da Agricultura.
Mujica foi eleito sucessor de Vázquez e se tornou presidente em 2010, governando até 2015. O político virou ícone da esquerda sul-americana.
Ao lado de sua mulher, Lucía Topolansky, Mujica chamou atenção como um chefe de Estado de vida simples, que morava em um sítio modesto nos arredores da capital e dirigia seu próprio Fusca ano 1987 diariamente até a sede do Executivo.
Presidência de Mujica e legado
José Alberto “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai
Secretaria de Comunicação do Uruguai
Mujica, ao assumir a Presidência em 2010, elevou o gasto social de 60,9% para 75,5% dos gastos públicos.
Em conformidade com sua visão política, o salário mínimo teve um aumento de 250%. Em 2012, ele propôs a legalização do consumo e da venda da maconha, que acabou se concretizando no país.
Após deixar a Presidência, voltou ao Senado, cargo que ocupou até 2020, quando renunciou por motivos de saúde, em meio à pandemia de Covid-19.
Mujica passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua horta. Acredita-se que doava 90% do salário como ex-presidente para projetos de combate à pobreza.
Durante a maior parte da vida, declarou-se ateu. Em uma entrevista de 2012, sintetizou sua crença: “Não tenho religião, mas sou quase panteísta: admiro a natureza”.
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Fonte: G1

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