Apesar da queda geral dos homicídios no Brasil, o Amapá registrou em 2023 o maior aumento proporcional de assassinatos entre as unidades da federação, tanto na comparação com 2022 quanto com 2013.
Considerando as taxas de homicídios por 100 mil habitantes, o Amapá teve 57,4 mortes em 2023, ante 40,5 em 2022, alta de 41,7%. Já na comparação com 2013, quando registrou 30,5 mortes, essa alta é de 88,2%.
É o que mostram dados do Atlas da Violência 2025, publicados pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em números absolutos, o estado, com 516 mortos em 2023, figura na 23ª posição nesse quesito entre os estados, além do Distrito Federal. O aumento absoluto, na comparação de 2023 com 2022, foi de 158 vítimas.
Na comparação entre unidades da federação, considerando a taxa de mortos por 100 mil habitantes, dez estados registraram alta de homicídios, com Rio de Janeiro (13,6%) e Pernambuco (8%) atrás do Amapá.
Em 2023, as unidades com as piores marcas de homicídios, além do Amapá (com 57,4 mortes por 100 mil habitantes), foram a Bahia (43,9 mortes por 100 mil hab.) e Pernambuco (38 mortes por 100 mil hab.). Considerando números absolutos, a maior parte, 6.616 óbitos, foi registrada na Bahia.
Como os dados fazem referência a 2023, a situação do Amapá, que tem 16 municípios, já havia sido abordada no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A disputa entre facções criminosas por controle do porto de Santana —cidade da região metropolitana de Macapá e a mais violenta do país naquele ano— para o escoamento de drogas e a violência policial ajudavam a explicar, ao menos em parte, a posição do estado.
Segundo o Atlas, 11 unidades da federação alcançaram, em 2023, uma redução nos números de homicídios ao longo de oito anos. Em todo o período analisado, iniciado em 2013, as reduções foram registradas em DF, ES, GO, MG, PB e SP.
Segundo o Atlas, a redução de mortes violentas no país pode estar ligada a um conjunto de fatores que inclui o envelhecimento da população, o fim do confronto iniciado em 2016 entre PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho, as duas maiores facções criminosas do país, e boas práticas em políticas públicas, incluindo trabalho policial orientado por inteligência e programas de prevenção.
Os dados do Atlas da Violência têm como base o Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. Por isso, há diferenças entre os números usados no estudo e as estatísticas divulgadas por secretarias estaduais de segurança pública e pesquisas feitas a partir de dados criminais.
noticia por : UOL